Mesmo com complexo quase seco moradores ainda desviam água no Sertão; Aesa e ANA anunciam multas
A fiscalização irá continuar nos próximos dias e serão aplicadas multas nas pessoas que forem pegas fazendo irrigação
Devido a período prolongado de seca, o complexo de Mãe D’água em Coremas que fornece água para aproximadamente 400 mil pessoas na Paraíba e no Rio Grande do Norte chega a seu nível mais baixo de toda história.
“Passa vários dias sem água e quando vem só sobe com a bomba, se não tiver bomba não sobe água para caixa”, disse Elayne Nogueira, técnica de enfermagem. Ela que reside praticamente ao lado da barragem, mas isso nunca foi motivo de garantia para que tivesse água todos os dias na torneira.
O rio Piranhas-Açu é um curso d’água que banha os estados da Paraíba e do Rio Grande do Norte, região Nordeste do Brasil. Ele é perenizado com as águas que saem do reservatório, com a seca a irrigação nas áreas banhadas pelo rio está proibida há cause um ano, mas segundo a Agência Nacional das Águas (ANA) muitos proprietários de terras ainda insistem em desviar água para manter cultivo, então o órgão deu início a uma fiscalização para impedir essa prática.
A equipe coordenada pela ANA fez um sobrevoou na região do Rio Piranhas, usando um helicóptero especialista consegue ter uma visão geral das áreas irrigadas que tem surgido ao longo do curso do Rio Piranhas-Açu.
“Principalmente nessa época que fica muito claro o contraste, se tem alguma área verde é porque estava acontecendo irrigação, não tem outra forma”, relatou a especialista da ANA, Andréa Pimenta.
Na fiscalização por terra contou com apoio da AESA e da Polícia Militar que fez apreensão de quase 30 bombas que retirava água do rio, também foram utilizadas retroescavadeira para fazer a retirada de obstáculos colocados para impedir a passagem d’água.
“Nós começamos trabalhar no fechamento dos canais de aproximação irregulares que os usuários acabam captando para irrigar a partir d’água que eles puxam por meio desses canais e também nós temos tirado sacarias e barramentos irregulares que são feitos na água para desviar”, disse o especialista da ANA, Marcus Fuckner.
A fiscalização irá continuar nos próximos dias e serão aplicadas multas nas pessoas que forem pegas fazendo irrigação.
Andréa ainda disse que, enquanto o usuário não se regularizar poderá ser aplicada uma multa diária.
Marcus também disse que, mesmo se não houver recuperação dos açudes, o nível de água que existe no açude de Mãe D’água tem capacidade para abastecer as cidades até março do próximo ano.
“Se esses usos não fossem controlados, essa vazão já não fosse reduzida cada vez mais e a fiscalização empregada, nós já teremos o Rio Piranhas secado”, finalizou Marcus Fuckner.
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