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Planos de saúde serão obrigados a cobrir quase 70 novos procedimentos

Os planos de saúde serão obrigados a cobrir quase 70 novos tipos de cirurgias, exames e tratamentos. Entre eles, procedimentos ligados a doenças vasculares, câncer e obesidade.

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30/12/2011 às 21h01

A partir de domingo (01/01/12), cirurgias como a de redução de estômago e outros 68 procedimentos terão que ser cobertos por planos de saúde. Os novos tratamentos são mais seguros, porém mais caros, o que incomodam as operadoras.

O espelho virou amigo. "Eu tô maravilha, agora eu vou na praia", conta Caroline Marchi, programadora de materiais.

Caroline emagreceu 68 quilos depois de uma redução de estômago em que a barriga precisou ser aberta na cirurgia. Era a única técnica que o plano de saúde cobria. Ela ficou sem trabalhar por seis meses.

“O corte, para mim, foi o que mais prejudicou na cirurgia de redução do estômago. Um espirro, uma tosse, você força seu abdômen e você automaticamente sente muita dor”, conta Caroline.

O cirurgião Ricardo Cohen prefere outra técnica, que usa imagem e dispensa cortes maiores. “É uma operação com menos dor, menos tempo de internação e uma volta à atividade normal muito mais rápida, de 7 a 10 dias, contra 30 a 40 dias da cirurgia aberta", aponta Ricardo Cohen, médico.

Esse tipo de operação é um dos 69 procedimentos que passam a ter cobertura obrigatória pelos dos planos de saúde a partir de domingo.

São exames, tratamentos e cirurgias por vídeo. Além da redução de estômago, a lista inclui:

– tomografia computadorizada para avaliar obstrução de artérias do coração;

– medicamentos imunobiológicos no combate a doenças como artrite reumatóide;

– e pet scan no intestino. É um exame que permite identificar a existência de tumores.

– foram incluídos, também, exames genéticos que avaliam a eficácia de tratamento de câncer, principalmente de mama.

Médicos e segurados comemoraram. Os novos tratamentos que serão cobertos pelos convênios são mais seguros e eficientes e, em muitos casos, reduzem o sofrimento dos pacientes. Mas as técnicas modernas também são mais caras e os planos de saúde reclamam dos novos custos.

A Associação Brasileira de Medicina de Grupo divulgou uma nota considerando a nova regra um absurdo que pode custar a falência de algumas operadoras, principalmente as de pequeno e médio porte. As empresas de auto-gestão em saúde também temem o aumento dos gastos.

“Você tem que, obrigatoriamente, repassar para o beneficiário. E num segundo momento, se esse custo for muito expressivo, a gente teme que a saída dos beneficiários termine por inviabilizar a sobrevivência das operadoras", aponta Renato Abreu Filho, Instituto de Autogestão em Saúde.

Para o Procon, a mudança é uma conquista que deve ser fiscalizada por quem tem plano de saúde.

"Se o procedimento não for autorizado, o consumidor deve relatar, deve denunciar a ANS e procurar órgãos de defesa do consumidor ou a Justiça. Dependendo da sua urgência pra realização do procedimento", orienta Maíra Feltrin Alves – Procon – SP.

Para face: Veja o que muda nos planos de saúde a partir da semana que vem

A assessoria da ANS, a Agência Nacional de Saúde Suplementar, informou que a nova lista de procedimentos foi elaborada a partir de uma consulta pública, onde os planos de saúde puderam se pronunciar. E que a atualização é uma medida prevista pela legislação.

G1

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