header top bar

section content

VÍDEO: Médico diz que variante da MPOX é mais letal que da covid, mas destaca que não há motivos para pânico

O profissional explicou que o vírus Clado 1b está espalhado em 15 países da África e na Suíça, mas alertou que há possibilidades de chegar ao Brasil

Por Luiz Adriano

05/09/2024 às 18h14 • atualizado em 05/09/2024 às 18h16

O médico infectologista Fernando Chagas falou sobre a situação da MPOX no Brasil e na Paraíba. Ele citou dados e explicou a evolução da doença que também é conhecida como “varíola dos macacos”.

Segundo o profissional, este ano no Brasil já foram notificados mais de 700 casos. Ele relatou que há poucas semanas, um paciente foi internado com a doenças no Clementino Fraga, em João Pessoa. Ainda de acordo com os dados, o médico falou que em 2023 a Paraíba chegou a internar “5 ou 6 pacientes”.

O infectologista explicou que o problema atual da enfermidade é em função de que o vírus conhecido como Clado 1, que segundo ele, ficou na África e não se espalhou pelo mundo, sofreu uma mutação e surgiu uma nova variante, o Clado 1b. “E ai é que é o problema. Este Clado 1b ele se tornou muito mais transmissível. O que aconteceu agora com essa Clado 1b da Monkeypox, essa variante, ela se tornou mais transmissível e agora sim ela se tornou extremamente letal”, disse o médico.

Letalidade – Ele comparou a letalidade da variante com a Covid-19 e mostrou que a Clado 1b supera em muito as probabilidades de óbito, no entanto, o médico ressalta que a transmissão não é tanta quanto a do coronavírus.

“Só para você ter uma ideia a letalidade da covid 19 chegava a 2 %, e a gente viu o desastre que foi no mundo. Essa Clado 1b tem uma letalidade de 10%, é muito alta”, frisou.

Fernando Chagas enfatizou que a notícia que tranquila é em virtude do modo como a doença é passada de pessoa para pessoa. “Se tivesse alguém com covid aqui na sala, bastaria ele falar, ele jogava vírus para todo canto. No caso da Monkeypox não. Apesar de que em teoria ela pode ser transmitida por gotícolas, mas como é um vírus que é uma gotícula muito pesada, ela não chegaria até você. [Mas] ela pode cair aqui e transmitir através do toque do ambiente por exemplo. Então, hoje tem a transmissão por exemplo por lençóis de cama, travesseiros, toalhas e o contato direto”, detalhou.

O VÍRUS QUE ESTÁ NO BRASIL

Segundo o médico, a Clado 2, que é o vírus que está no Brasil, é considerado uma IST (Infecção Sexualmente Transmissível). “A Clado 1b não é só uma IST, como também é uma doença com a transmissão de toque muito mais fácil. Agora, claro que não se compara com a covid. Então, a gente não espera uma explosão mundial como aconteceu com a covid, ainda bem, mas se a Clado 2 chegou até aqui ao ponto da gente ter internado 5 pessoas no estado por exemplo, há uma probabilidade muito grande da Clado 1b chegar também”, alertou.

Fernando disse que até o momento a variante está presente em 15 países da África e na Suiça, no entanto, segundo o profissional, não há motivos para pânico. Ele falou que a pandemia da covid deixou a população mundial mais atenta.

“Como essa transmissão por toque é mais fácil da gente controlar e a covid nos trouxe lições. Então, quando algo surge de novo a gente consegue enxergar muito mais fácil e ter medidas de isolamento. Então, eu acredito que não vai ser assim como a covid. A gente precisa de fato desse alerta, agora não é caso das pessoas se desesperarem”, concluiu.

A entrevista com o médico Fernando Chagas se deu durante o programa “Método Científico”, na TV Diário do Sertão, que é apresentado em formato de podcast pelo médico anestesista, Dr. Saulo Viana. O programa vai ao ar toda quinta-feira a partir das 16h na TV e Rede Diário do Sertão.

PORTAL DIÁRIO

Recomendado pelo Google: