Governo do Estado oferece exames gratuitos no Dia Mundial de Luta Contra a Aids
o Governo disponibilizou para todos os municípios material gráfico, camisas, cartazes e banners; dois milhões de camisinhas; 500 mil unidades de gel lubrificante e 200 mil preservativos femininos.
O Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado da Saúde, ofereceu, nesta quinta-feira (1) pela manhã, testes rápidos gratuitos de Aids, Sífilis e Hepatites B e C, para lembrar o Dia Mundial de Luta contra a Aids, no bairro do Rangel, na Tenda de Jurema da Mestra Maria Quitéria. Durante todo o mês, estes exames estão sendo oferecidos nos 223 municípios paraibanos e, ainda dentro da campanha, o Governo disponibilizou para todos os municípios material gráfico, camisas, cartazes e banners; dois milhões de camisinhas; 500 mil unidades de gel lubrificante e 200 mil preservativos femininos.
“Logo aceitamos o convite do Pai Matos para trazer os serviços para esta comunidade, por entender que a nossa obrigação, enquanto gestão pública, é se fazer presente em todos os espaços”, disse a gerente operacional das IST/Aids/Hepatites Virais da SES, Ivoneide Lucena.
“Fiz o convite porque acho que a obrigação de todo cidadão é, sempre que possível, estar voltado para a comunidade. Neste caso, atuando num assunto que ainda é tabu entre as famílias: a sexualidade e as formas de prevenção contra as doenças sexualmente transmissíveis”, falou Pai Matos.
Zélia Maria de Oliveira e Marcos Antonio Ferreira foram os primeiros a chegar para realizar os testes. Primeiro, passaram pelo aconselhamento com a equipe de psicólogos; em seguida, realizaram os quatro testes e, dentro de 15 minutos, já receberam os resultados das profissionais do aconselhamento. Os dois são casados há mais de 20 anos.
“Tava um pouco nervosa, achando que a furada no dedo ia doer, mas, não doi nada. Fiquei impressionada como, com apenas um furinho, coletaram sangue para os quatro exames e o resultado sai super rápido. Fiquei mais feliz com o resultado “não reagente”, meu e do meu marido”, disse Zélia.
“Foi muito bom este serviço aqui perto de casa. Tenho 48 anos e nunca tinha feito nenhum destes exames e hoje fiz logo quatro, de uma vez e muito rápido”, falou Marcos.
Enquanto aguardava a vez de fazer os testes, o pintor Severino Ramos, confessou que nunca usou camisinha nas relações sexuais. Ele tem 44 anos. Já Thaynnara Kelly, de 19 anos, falou que só usa porque o marido faz questão. “Ele não quer ter outro filho e também tem muito medo de doença”, disse.
A equipe que realizou os serviços é composta por psicólogos, bioquímicos, enfermeiros e assistentes sócias, da Gerência Operacional das IST/Aids/Hepatites Virais da SES e do Hospital Clementino Fraga.
Sérgio Araújo é gerente do Ambulatório de Travestis e Transexuais, do Hospital Clementino Fraga, e ator da Cia de Teatro da unidade, na qual faz várias personagens. Hoje, ele estava “vestido” de camisinha. “Usamos essa forma lúdica pra chamar atenção das pessoas para a importância do uso da camisinha, que é o meio mais seguro contra Aids e outras DSTs”, alertou.
Alerta para o cumprimento da meta 90-90-90, até o ano 2030
Além do Dia Mundial de Luta Contra a Aids, foi aberto nesta quinta-feira o “Dezembro Vermelho”, que, neste ano, tem como foco o cumprimento da meta 90-90-90, até o ano 2030. De acordo com a meta, deverão ser diagnosticadas, precocemente, 90% das pessoas que têm HIV e informá-las que têm o vírus; destas, 90% serão tratadas e 90% das pessoas tratadas, deverão estar com baixa replicação (multiplicação) do vírus.
A Secretaria da Saúde, além de todas estas ações, estimula para que todos os equipamentos de saúde sejam iluminados na cor vermelha e decorados com os laços que significam solidariedade às pessoas vivendo com HIV ou Aids.
Dados – Em 2016, até o início do mês de novembro, morreram 106 pessoas, na Paraíba, o que dá uma média de quase 10 mortes, por mês. No ano passado, neste mesmo período, 150 pessoas morreram.
“A cronicidade da doença fez as pessoas perderem o medo e isso é algo muito preocupante, pois é bom que fique bem claro que os efeitos dos remédios são devastadores: gordura localizada nas costas e no abdômen; redução da musculatura das nádegas, coxas e faces; alucinações; diarréia constante; problemas cardíacos; câncer e problemas psiquiátricos”, falou Ivoneide.
Nos últimos anos, vem aumentando, consideravelmente, o número de casos de Aids em pessoas na faixa etária entre 15 e 39 anos de idade. Por conta disso, este ano, o slogan do “Dezembro Vermelho” será “Esse risco você não vê. Previna-se sempre.”]
De acordo com Ivoneide, a partir de 2015, estão sendo feitos diagnósticos de forma diferenciada: pessoas só com HIV e pessoas já com Aids. Só com HIV não pega as doenças oportunistas, a exemplo de tuberculose, pneumonia, hepatites e outras DSTs. O objetivo é a supressão viral, ou seja, suprimir a carga viral. Dessa forma, corta a cadeia de transmissão do vírus HIV.
Até o dia 7 de novembro deste ano, na Paraíba, eram 300 casos só com HIV. Já com Aids, são 258 casos.
Teste Rápido – Para quem já passou por uma situação de risco (sexo anal ou oral ou vaginal, sem camisinha; acidente de trabalho com material perfuro-cortante), deve fazer o teste rápido, disponível em todos os 223 municípios paraibanos, que é 100% confiável. O resultado sai em 30 minutos. Há ainda o aconselhamento psicológico pré e pós-teste.
Caso dê reagente, o usuário será encaminhado para os serviços especializados onde fará exames laboratoriais e deverá passar por um infectologista para iniciar o tratamento com antirretrovirais, disponibilizados no SUS.
Serviços de atendimento – Na Paraíba, há serviços especializados para o tratamento de pessoas vivendo com Aids, em sete municípios: João Pessoa (Serviços de Assistência Especializada – SAE – do HU; Clementino Fraga e no Centro de Testagem e Aconselhamento – CTA, que fica dentro do antigo PAM de Jaguaribe); Campina Grande (SAE municipal e do HU); SAE de Cabedelo, Santa Rita e Patos e nos CTAs de Pombal e Princesa Isabel.
Formas de transmissão – A Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (Aids) é uma doença provocada pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV), que ataca o sistema imunológico do doente, mais precisamente os linfócitos T CD4+, e provoca uma alteração no mecanismo de defesa do corpo, ocasionando o surgimento mais frequente de doenças.
A Aids pode ser transmitida por meio de relação sexual, contato com sangue contaminado pela transfusão ou compartilhamento de seringas, por exemplo, e da mãe para o bebê durante a gestação, parto ou aleitamento. Percebe-se, portanto, que um abraço, um beijo ou um carinho, por exemplo, não são responsáveis pela transmissão do vírus. Sendo assim, não há motivos para evitar o contato com os soropositivos. Além disso, é importante frisar que o HIV não escolhe suas vítimas pelo sexo, orientação sexual ou idade.
Nem sempre uma pessoa portadora do HIV está com Aids. Dizemos que o paciente está com a doença apenas quando os sintomas surgem.
Secom
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