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Os oito homens que paqueram a “noiva” de Cícero em Brasília

Confira algumas revelações exclusivas sobre os oito pretendentes

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26/11/2012 às 11h41

O senador Cícero Lucena ainda não anunciou se disputará a reeleição em 2014, mas já deve imaginar o caminho, mais tortuoso que o de Santiago de Compostela, que terá que atravessar para renovar o seu mandato na câmara alta do país. Nada menos que oito homens poderosos, montados em grandes estruturas política-econômica-partidárias têm "paquerado a noiva" do caboclinho, uma metáfora para referir-se ao desejo pela sua cadeira no Senado.

Atualmente ocupando a cobiçada 1ª secretaria da Augusta Casa, Cícero também já deve saber que, provavelmente, não permanecerá na função com a renovação da mesa no início de 2013. Do planalto, vislumbra duas possibilidades, uma eleição tranquila e sem preocupações para deputado federal ou uma luta titânica para continuar no Senado. Quanto à segunda hipótese, a acachapante derrota eleitoral sofrida para o petista Luciano Cartaxo e o iminente isolamento político a que será submetido no PSDB, podem decretar o xeque-mate contra Cícero antes mesmo de 2014.

Ter sido candidato a prefeito, sem dúvida, lhe deu visibilidade, recall e o reaproximou de suas bases, mas apenas na capital. No interior, Cícero enfrentará a concorrência desleal de adversários que palmilharam todo o estado, de município em município, bancando e selando suas trincheiras eleitorais. Sua reeleição também não tem mais a simpatia de Cássio Cunha Lima, como em 2006. 

Saiba mais sobre os oito homens que querem arrebatar a “noiva” de Cícero em Brasília:

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Aguinaldo Ribeiro

Com aparições constantes no Jornal Nacional e na grande mídia do país, Aguinaldo Ribeiro é, a preço de hoje, o favorito para sucessão de Cícero. Foi deputado estadual duas vezes, depois federal e líder do PP na Câmara Federal. Atualmente comanda a pasta com o segundo maior orçamento do Governo Federal, o Ministério das Cidades. Aguinaldo goza da extrema confiança da presidente Dilma Rousseff, que, diga-se de passagem, supera até Lula nos índices de aprovação popular. Essa "viragem surpreendente" na vida de Aguinaldo lhe deu quilômetros de vantagem em relação aos demais interessados na vaga de senador. Se assemelha a um lord inglês de tão jeitoso que é com todos, até com os que não gostam dele. É o protótipo do "gentleman". Terá como último desafio para chegar ao Senado, incorporar o “cheiro do povo”, em substituição ao perfume francês que ainda exala.

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Ricardo Marcelo

Insuperável como negociador. Fundou o PEN para tutorá-lo e expandi-lo. Agregou 1/3 da ALPB em seu partido, ostentando a maior bancada, o que já lhe garante um alto coeficiente eleitoral para pleitear a majoritária. No comando do Legislativo, Ricardo Marcelo criou uma espécie de governo paralelo, um estado dentro do estado, cujo poder transcende as questões partidárias. Ele dá as cartas e a maioria sempre o acompanha. São muitas as suas demonstrações de força, a partir das constantes vitórias em quedas de braço com o governador Ricardo Coutinho. Tem contra si o fato de ser um político de "acordos", mostrando dificuldades no corpo-a-corpo com o eleitor. Visitou quase todos os municípios em 2012 e saiu fortalecido no interior, mas tem pouca penetração nos grandes centros como JP e CG. Fontes seguras informam que não disputará o senado na hipótese de enfrentar Aguinaldo Ribeiro, pela amizade singular entre ambos, um apoiará o outro. Ou vai Marcelo, ou vai Aguinaldo.

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José Maranhão

É o político vivo que mais ocupou cargos públicos na história da Paraíba. Terá aproximadamente 80 anos na próxima eleição. Deseja ser candidato ao senado, e se for, não será a primeira vez que atropelará outras lideranças do PMDB. Sua neutralidade no 2º turno em João Pessoa foi solenemente ignorada pelos companheiros de partido, mostrando que o ex-governador não é mais general, nem os pemedebistas são seus soldados. Maranhão perdeu as três últimas eleições que disputou nos últimos seis anos, mas superando todas essas resistências, detém o comando do PMDB no estado e ainda mantém o sobrinho Benjamin como "dono eterno" do diretório da capital. Todavia, sem o mandato e a força da caneta, terá na presidência do partido o único trunfo para tentar "satisfazer sua vaidade" de disputar o Senado novamente.

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Wilson Santiago

É construtor e sabe edificar parcerias, principalmente políticas, e quando lhe rendem dividendos eleitorais. Foi duas vezes deputado estadual e duas vezes federal. Principal arauto em defesa da “renovação” do PMDB, não esconde sua frustração por ter sido retirado do Senado, onde assumiu o mandato a partir do indeferimento do registro de Cássio Cunha Lima no TSE, nas eleições de 2010. Deixou o filho representando-o na Câmara Federal. Mantém uma relação muito “amistosa” com o governador Ricardo Coutinho, que recentemente o encarregou de acompanhar processos do Governo do Estado no STF e STJ. Pelas mãos de Santiago, ainda reside uma remota chance do PMDB se aproximar do PSB. Além de José Maranhão em seu encalço, ainda terá em Wellington Roberto uma pedra no seu sapato em 2014.

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Ney Suassuna

Deve decidir o futuro partidário até setembro, mas precisa aparecer mais na Paraíba. Conhecido como "trator" na hora de conseguir recursos, desperta simpatia pelo seu estilo desengonçado. Entre todos os pré-candidatos, é o nome que desfruta de maior intimidade com o governador. Bem-sucedido empresarialmente, Ney nunca escondeu o "sonho" de retornar ao tapete azul. Tem um portfólio invejável em Brasília nos seus 12 anos de mandato. Foi escolhido 11 vezes pelo DIAP como um dos 100 parlamentares mais influentes do Congresso. Já foi ministro da Integração Nacional, líder do PMDB e da Maioria no Senado. Nos subterrâneos do poder, há alguns meses, circularam notícias que Ney teria "livrado" Ricardo Coutinho de uma operação laboratorial de "impeachment", orquestrada em conjunto por desafetos de RC no Legislativo e Judiciário. Em comum, ambos têm na competente Aracilba Rocha a "fiel escudeira" de seus projetos.

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Wellington Roberto

Tem forte base eleitoral nos pequenos municípios, detém mais de 40 prefeitos na mão e o comando absoluto do PR. Era suplente de Humberto Lucena e assumiu um mandato como senador em 1997, com apenas 35 anos. Atualmente é deputado federal em terceiro mandato, sendo o mais votado na última eleição. É o nome preferido do grupo Vital do Rêgo para ocupar a senatória na chapa de Veneziano. Wellington é uma espécie de “sambarilove” da política paraibana, tem um perfil boa praça e uma assessoria com "Networking eficiente" na hora de sangrar seus adversários diretos. Seu maior "azar" foi ter perdido em 2012 nas duas maiores cidades, estando na frente de batalha. Esteve diretamente envolvido nos dois últimos insucessos de José Maranhão em 2010 e 2012, e na derrota de Tatiana Medeiros, que teve o seu filho Bruno Roberto como vice. Talvez por isso, o cavalo não passe selado para Wellington em 2014.

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Ruy Carneiro

Atual presidente do PSDB, Ruy é um dos políticos que melhor utiliza a mídia na Paraíba. Foi vereador, deputado estadual três vezes e agora deputado federal. Propostas de sua autoria como a Lei Antinepotismo, Lei Geral da Copa e Pacto pela Paraíba alavancaram seu nome na bolsa de apostas para o Senado. Contudo, galgar essa condição lhe exigirá mais do que esforço político, exigirá esforço emocional, porque a cadeira é de Cícero. Ruy vive o dilema shakespeariano: ser ou não ser. O surrealismo do prazer da ascensão, com um misto de medo de perpetrar um "incesto político". Tomar a "noiva" que hoje pertence ao seu genitor na vida pública, sem combinar com ele, seria uma traição. Caso almeje o Senado, Ruy terá a árdua missão de convencer Cícero a desistir ou, então, vai enfrentá-lo. Com um ponto a seu favor, supera Cícero na afinidade e interesse comum com o grupo Cunha Lima, por isso, fica livre do isolamento no ninho tucano.

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Rômulo Gouveia

Tem nas mãos o 4º maior partido do país e um histórico respeitado. Foi vereador, deputado estadual, presidente da ALPB, deputado federal e atualmente é vice-governador. Suas duas derrotas à prefeitura de Campina Grande o inibiram de alçar voos maiores. Decidiu fazer carreira solo, abandonando o ninho tucano para presidir o PSD em 2011, sinalizando que não representa mais uma extensão do grupo Cunha Lima. É, na verdade, um leal aliado cativando o seu próprio espaço. Num cenário com Cássio candidato ao Governo ou Ronaldo Filho na vice de Ricardo Coutinho, cresce muito a sua cotação para o Senado. Num cenário com Ruy Carneiro candidato ao Senado, Rômulo deve ser mantido na vice do PSB. A decisão do TSE, que validou o tempo de TV das novas legendas na proporção de suas bancadas em Brasília, deixou o ‘gordinho legal’ bastante vitaminado para 2014. E podendo valorizar ainda mais o seu “passe” eleitoral.

Cartas fora do baralho:

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Agra não pensa no Senado

O prefeito de João Pessoa, Luciano Agra, ao contrário dos nomes citados, não paquera a cadeira de Cícero Lucena. Tanto o próprio, como membros do seu staff mais próximo, trabalham com a hipótese de candidatura a governador ou vice-governador. Tendo na segunda hipótese a mais provável.

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Ricardo, Veneziano e Cássio só cogitam o Governo

O governador Ricardo Coutinho, o prefeito Veneziano Vital do Rêgo e o senador Cássio Cunha Lima, tem um ponto em comum: só devem participar das eleições de 2014 como candidatos ao governo. Ricardo porque teria que renunciar o mandato quatro meses antes da disputa, Veneziano porque já tem o irmão representando a família no Senado e Cássio porque já é senador com mandato até 2018.

A sorte está lançada e salve-se quem puder. Agora é Deus por todos e cada um por si. 

Ytalo Kubitschek
MaisPB

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