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Morre professora que tentou salvar crianças de incêndio em creche. Ela é a 7ª vítima

Trinta e seis pessoas permanecem internadas, sendo 22 crianças

Por Diário do Sertão

06/10/2017 às 14h31

Professora morreu tentando salvar alunos de creche Reprodução Facebook

Chega a sete o número de mortos pelo incêndio na creche em Janaúba, interior de Minas Gerais, causado pelo segurança do local nesta quinta-feira. As vítimas são uma professora que tentou impedir a ação, quatro crianças e o próprio segurança. Damião Soares Santos, de 50 anos, jogou álcool no seu corpo e nos alunos e logo depois ateou fogo. O menino que morreu na noite desta quinta estava a caminho de Belo Horizonte para atendimento e foi identificado como Renan Nícolas. Ele teve 90% do seu corpo queimado.

A professora Heley de Abreu Silva Batista, 43 anos, também faleceu após duas paradas cardíacas. Ela teve 90% do seu corpo queimado e estava internada no Hospital Regional de Janaúba em estado gravíssimo. Heley tentou enfrentar o segurança e impedir que ele jogasse álcool e fogo nas crianças.

Outros alunos e funcionários da creche ficaram feridos no ataque. Trinta e oito pessoas permanecem internadas em hospitais de Montes Claros, Janaúba e Belo Horizonte. Entre elas, estão 22 crianças. Duas funcionárias da creche, que estão em estado grave, foram transferidas de helicóptero de Janaúba para Belo Horizonte, na manhã desta sexta-feira.

O segurança Damião foi o único responsável pelo incêndio na creche municipal em Janaúba, segundo investigações da Polícia Civil. Ele morreu em decorrência das queimaduras no Hospital Regional Janaúba na tarde desta quinta-feira.

De acordo com o delegado Bruno Barbosa Fernandes, Santos premeditou o crime. Familiares do segurança disseram, de acordo com a polícia, que o homem planejava se matar. “Ele disse na última terça-feira que daria um presente a todos se matando em breve”, disse o delegado.

Além disso, na manhã desta sexta-feira equipes da Polícia Civil estiveram na casa do segurança e encontraram vários galões com álcool e cartas escritas por ele, nas quais dizia ter predileção e afeto por crianças.

A polícia teve acesso a um relatório do Centro de Apoio Psicossocial (Caps) indicando que ele estava em tratamento psiquiátrico desde 2014. O policial ainda acredita que, com a morte do segurança, a tendência é que o inquérito seja arquivado.

Autor do ataque
De acordo com a prefeitura, Damião Soares dos Santos era funcionário efetivo desde 2008. Ele ficou de férias de julho a agosto e, ao retornar, alegou problema de saúde e foi afastado. Ainda segundo a prefeitura, Damião foi à creche na manhã desta quinta entregar o atestado médico e cometeu o crime.

O prefeito de Janaúba, Carlos Isaildon Mendes (PSDB), disse que Damião entrou na escola dizendo que ia entregar um atestado médico, alegando que não passava bem. Mas ele estava com um balde e acabou jogando álcool nele e nas crianças.

Mendes negou que Damião tivesse apresentado algum indício de problemas. “O que me relatam lá é que ele chegou normal e tranquilamente até a diretora para supostamente entregar o atestado médico. Estamos mesmo muito surpresos com o que aconteceu”.

A Instituição tinha capacidade para 82 crianças e estava cheia na manhã do ataque. A perícia indica que ele fechou três salas da creche, onde havia entre 55 e 60 pessoas. O homem teria ainda segurado as crianças, impedindo que elas saíssem. Uma professora tentou conter a ação de Damião e chegou a lutar com ele. O vigia foi levado para o hospital com queimaduras no corpo inteiro e morreu cerca de três horas depois.

De acordo com o prefeito, o ataque “poderia ter sido pior”, já que a sala ao lado da que o segurança entrou com o material inflamável era a do berçário. A sala do segundo ano, que sofreu o ataque, tem alunos até cinco anos de idade, o que facilitou a evacuação. “Infelizmente, poderia ter sido algo até pior, porque a sala ao lado era o berçário, e evacuar crianças dali seria muito mais difícil. Onde ele atacou, as vítimas são maiores e muitas conseguiram até escapar por conta própria”, afirmou o prefeito.

O Dia

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