Polícia pede quebra de sigilos de acusada de matar a cunhada
Polícia pede quebra de sigilos de acusada de matar a cunhada em Campos dos Goytacazes.
A Polícia Civil pediu à Justiça a quebra dos sigilos telefônico, bancário e fiscal da mulher acusada de ser a mandante do assassinato da própria cunhada, em Campos dos Goytacazes, no Norte Fluminense. O delegado que investiga o caso, Luiz Mauricio Armond, quer detalhes das movimentações e contatos feitos por Luana Barreto Sales para pagar os executores do crime contra Ana Paula Ramos, de 25 anos.
O crime ocorreu em 19 de agosto, no bairro Parque Rio Branco, em Guarus, distrito de Campos. Ana Paula se casaria em outubro e Luana seria madrinha. Segundo a polícia, ela convidou a noiva para ir a um shopping e ver o vestido que usaria no casamento. No local, Luana chamou a cunhada para tomar um sorvete numa praça do bairro: a escolha de uma banana split era o sinal para os bandidos executarem o plano. Dois criminosos, então, teriam forjado um assalto e dado tiros em Ana Paula. Pelo crime, de acordo com as investigações, Luana pagou R$ 2 mil antecipado, mais R$ 500 pagos no momento do crime, dentro de um envelope e na frente da vítima.
O caso ganhou grande repercussão na cidade, princiapalmente porque as famílias envolvidas mantinham uma amizade de longa data. Segundo o delegado, são todos evangélicos e frequentava, a mesma igreja.
— A comunidade ficou chocada com o que aconteceu, principalmente por conta da relação entre os familiares. São todos evangélicos e recatados, as famílias de classe média — disse Armond, que suspeita de um crime passional.
As investigações, contudo, ainda não terminaram. O delegado da 146ªDP (Guarus) ainda quer confirmar informações que já recebeu através de depoimentos.
Luana foi presa durante uma roda de orações que parentes de Ana Paula faziam no Hospital Ferreira Machado, onde a universitária estava internada. A suspeita vai responder por homicídio triplamente qualificado (morte mediante pagamento ou por motivo torpe, dificuldade de defesa da vítima e feminicídio). A pena pode chegar a 30 anos de prisão.
Dois dias depois do crime, quando a universitária teve a morte cerebral decretada, um intermediário responsável por contratar os matadores e os próprios executores do homicídio foram presos. Eles foram identificados por meio de testemunhas que estavam no local do crime. Um deles confessou à polícia que a bancária Luana encomendou a morte da amiga.
Os executores são integrantes de uma organização criminosa que atua na comunida Novo Eldorado, em Campos. A mandante do crime chegou até eles através de um amigo de infância, segundo a polícia.
Luana está presa temporariamente no Presídio Carlos Tinco, em Campos, mas o delegado deverá solitciar a prisão preventiva assim que encerrar o inquérito e enviá-lo ao Ministério Público. A acusada também chamou a atenção dos investigadores por ser fria.
— Enquanto os familiares estão desesperados, ela é muito fria, ausência total de sentimentos — afirmou o delegado.
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