VÍDEO: “Aprendi a valorizar um copo de água gelada”, diz Fabiano Gomes ao recordar prisão preventiva
Apesar de não ter ficado em cela de criminosos “comuns”, o radialista conta que sofreu com as condições de estrutura, higiene e tratamento na penitenciária durante 35 dias, no ano de 2018
No Interview Personalidades, da TV Diário do Sertão, o radialista e empresário cajazeirense Fabiano Gomes revelou detalhes inéditos do período em que esteve preso preventivamente na Penitenciária de Segurança Máxima Doutor Romeu Gonçalves de Abrantes, conhecida como PB1, em João Pessoa, em agosto de 2018.
Fabiano foi preso pela Polícia Federal após descumprir uma medida cautelar enquanto era investigado pela Operação Xeque-Mate, que apurava um esquema de compra de mandato na Prefeitura de Cabedelo. A prisão preventiva foi determinada pelo desembargador João Benedito, do Tribunal de Justiça da Paraíba (TJPB), após o radialista atrasar por dois dias a assinatura diária da medida cautelar imposta para comprovar que ele estava em João Pessoa.
Segundo a denúncia do Ministério Público da Paraíba (MPPB) à época, Fabiano Gomes teria sido um dos articuladores da suposta compra do mandato de um ex-prefeito de Cabedelo – eleito em 2012 e que renunciou em novembro de 2013 – para que o vice assumisse o cargo. Em 2018, a Polícia Federal deflagrou a Operação Xeque-Mate baseada na denúncia do MPPB, na qual o ex-prefeito teria renunciado em troca de dinheiro de um empresário ligado a Fabiano. Na época, o radialista também foi acusado de ter tentado extorquir e constranger possíveis alvos da investigação, com o pretexto de que teria proximidade com autoridades que coordenavam os trabalhos da operação.
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No Interview, Gomes afirma que todos os suspeitos, incluindo ele, já foram inocentados das acusações e que a sua prisão foi midiática. “Eles precisavam de um holofote, eles precisavam de mídia, precisavam dar uma sobrevida à Operação Xeque-Mate”, disse.
No PB1, Fabiano Gomes ficou preso preventivamente por 35 dias, em Regime Disciplinar Diferenciado (RDD), dividindo uma ala com 6 detentos “especiais”. Apesar de não ter ficado em cela de criminosos “comuns”, o comunicador conta que sofreu com as condições de estrutura, higiene e tratamento na penitenciária. No primeiro dia, segundo ele, não levaram para a cela o colchão e o lençol que sua esposa entregou no presídio. Assim, teve que dormir em cama de cimento, entre baratas. “Eu aprendi a dar valor a um copo de água gelada. Eu passei 35 dias tomando água da torneira no PB1”, relata.
“Eu saía da minha casa irritado quando o chuveiro quente dava um problema. Passava o dia estressado, brigava com minha mulher. Lá eu tomava banho gelado de mangueira. Às vezes eu reclamava do café da manhã em casa. Lá era um pão cru com café frio. Então, você aprende a dar valor às pequenas coisas da vida que você não dava antes”.
Na prisão, Fabiano diz ter finalmente conhecido a palavra de Jesus Cristo através da leitura da Bíblia e parou de “usar o nome de Deus em vão” para ganhar audiência na TV e no rádio.

Fabiano Gomes abre o jogo no Interview Personalidades, da TV Diário do Sertão (Foto: Diário do Sertão)
Ficou sabendo da fuga em massa com antecedência
No dia 10 de setembro de 2018, 92 detentos fugiram do PB1 após um homem explodir uma bomba no portão principal do presídio. Fabiano ainda estava preso preventivamente, mas não fugiu. Ele conta que um dos mentores da fuga – que também estava preso e era ‘vizinho’ de cela – revelou com antecedência o que iria acontecer naquela noite e disse a Fabiano que ficasse tranquilo porque nada de mal iria ocorrer com o radialista e com outros presos que não estavam envolvidos no plano. Fabiano justifica não ter denunciado o plano às autoridades por medo de ser morto na penitenciária.
Durante os dias em que ficou preso, o radialista diz ter feito “amizades” com criminosos de alta periculosidade, mas que eram “intelectuais”. Com um deles, que seria líder de uma facção, conversava sobre literatura e personagens históricos. “Ajudava o tempo a passar. E com 10, 15 dias a gente vai se adequando. É da natureza da gente. Repito: foi um aprendizado. Das coisas ruins eu tenho que tirar o que foi de bom, senão eu enlouqueço, eu vou ter traumas. Eu saí outro homem, melhor para minha mulher, para meus filhos, para mim mesmo”.
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