Cajazeirense Lúcio Vilar lança mais um documnetário "KOHBAC"
"KOHBAC – A Maldição da Câmera Vermelha". É o mais novo documentário produzido e dirigido pelo professor e jornalista Lúcio Vilar, e tem como “intenção deliberada”, jogar luzes nos escaninhos da memória pós-64 na Paraíba, especialmente sobre uma surreal e kafkiana trama até hoje não devidamente esclarecida. Eis a proposição do filme que, resgata a […]
"KOHBAC – A Maldição da Câmera Vermelha". É o mais novo documentário produzido e dirigido pelo professor e jornalista Lúcio Vilar, e tem como “intenção deliberada”, jogar luzes nos escaninhos da memória pós-64 na Paraíba, especialmente sobre uma surreal e kafkiana trama até hoje não devidamente esclarecida.
Eis a proposição do filme que, resgata a lendária história da aquisição de uma câmera de 35mm pela Universidade Federal da Paraíba no ano de 1963, por intermédio do jornalista e cineasta Linduarte Noronha, então servidor da instituição. Este foi ao Rio de Janeiro, e após muitas tentativas realizadas, encontrou um modelo que satisfazia às necessidades da instituição numa feira de produtos soviéticos.
O projeto do então reitor Mário Moacir Porto era criar um Núcleo de Produção Cinematográfica, e ninguém mais capacitado para essa “missão” de encontrar o equipamento ideal do que o diretor de "Aruanda", já aclamado na época como o filme que deflagrou o Cinema Novo no Brasil.
O único "porém", entretanto, é que, pouco mais de seis meses, depois da câmera Kohbac desembarcar em clima de festa e muita euforia no meio cultural local estourou o golpe militar, e a câmera foi imediatamente encarcerada nos porões da universidade a partir de decisão do interventor que substituiu o progressista reitor Mário Moacir Porto.
A câmera foi considerada "comunista" e um clima de caça às bruxas e delação generalizada se abateu sobre a universidade, gerando o expurgo de professores, servidores e alunos, incluindo Linduarte Noronha que nunca chegou a usar o equipamento. E assim permaneceu, trancafiada, durante décadas até se deteriorar completamente, tornando-se obsoleta, uma mera peça de museu. "Ela morreu virgem!", diz Linduarte Noronha ao analisar os prejuízos históricos do fato.
As implicações políticas e os graves prejuízos pessoais do cineasta que perduraram por cerca de 15 anos também não escapam ao foco do documentarista que deverá fazer a estréia da obra em rede nacional através da TV Cultura, de São Paulo.
O documentário KOHBAC – A Maldição da Câmera Vermelha, de Lúcio Vilar poderá ser visto no Festival de Cinema de Países de Língua Portuguesa-CINEPORT que está de volta a João Pessoa para sua 4ª edição, permanecendo até o próximo dia 10 de maio e exibindo as novidades no seu formato.
Realizado anualmente, o Festival tem agora dois tipos de edição e duas sedes fixas – acontecerá bienalmente em João Pessoa, na Paraíba, em evento que terá como característica o aspecto da difusão; e em Cataguases, Minas Gerais, alternando também bienalmente sua outra edição, onde o CINEPORT será caracterizado pelo aspecto da produção e da formação voltada para o audiovisual.
No novo formato do CINEPORT, a edição paraibana terá as edições sempre pautadas por extensas programações, com exibições de muitos filmes, debates, mostras competitivas, encontros de literatura, música, artes plásticas – garantindo sua feição de festa plural, multidisciplinar, de autêntica celebração e congraçamento cultural dos países de língua portuguesa.
Já a edição mineira será voltada para a formação e produção, amparada principalmente pelo trabalho a ser desenvolvido pela recém-criada Rede CINEPORT de Cooperação Audiovisual e pela parceria com o Festival Ver e Fazer Filmes, outra bem-sucedida iniciativa da Fundação Cultural Ormeo Junqueira Botelho, promotora do CINEPORT.
Da redação com Ascom
Leia mais notícias no www.diariodosertao.com.br, siga nas redes sociais: Facebook, Twitter, Instagram e veja nossos vídeos no Play Diário. Envie informações à Redação pelo WhatsApp (83) 99157-2802.
Deixe seu comentário