Aécio Neves pede acesso a delação da Odebrecht e apuração de vazamentos
Senador nega existência da conta em Nova York para receber pagamentos e pede providências ao STF
O senador Aécio Neves (PSDB-MG) disse em uma coletiva de imprensa realizada em Brasília neste sábado (1º) que vai protocolar ainda hoje duas petições ao Supremo Tribunal Federal (STF): uma para pedir acesso à delação do ex-presidente da Odebrecht Infraestrutura Benedicto Junior, o BJ, e outra para solicitar que o ministro relator da Lava Jato na Corte, Edson Fachin, apure os vazamentos de informações.
“Estou peticionando hoje ainda ao ilustre ministro Edson Fachin, do STF, para que ele me permita acesso imediato à delação desse cidadão, o senhor Benedicto Junior, para que nós possamos saber o que ali consta e eu possa exercer meu direito constitucional à defesa. Da mesma forma, estou peticionando ainda hoje ao ministro para que determine apuração rigorosa dos vazamentos sucessivos e direcionados que vêm ocorrendo nos últimos meses no país”, afirmou.
O senador negou ter recebido propina em uma conta em Nova York operada por sua irmã Andrea Neves, como foi divulgado pela “Veja” nesta sexta-feira (30). O tucano disse que esta informação é “falsa, criminosa e irresponsável”, segundo divulgado pela Folha de S. Paulo.
De acordo com a revista, Aécio recebeu pagamentos em “contrapartida” ao atendimento de interesses da empreiteira em obras como a da Cidade Administrativa, em Minas, e da usina de Santo Antônio, em Rondônia, em que a Cemig (estatal mineira) integrou um consórcio. O tucano se disse “indignado” com esta informação.
“Não existe conta nem em Nova York nem em nenhum outro lugar dos Estados Unidos e do mundo. É difícil se defender de uma coisa genérica.”
Na coletiva, também estavam os advogados do tucano, o ex-presidente do STF Carlos Velloso e o ex-procurador-geral da República Aristides Junqueira.
Velloso leu uma nota em que o advogado de BJ, Alexandre Wünderlich, garantiu não haver na delação do ex-executivo “qualquer referência à irmã de Aécio, tampouco a qualquer conta por ela operada em Nova York”.
“Se persistirem esses vazamentos, no caso desse, falso, vamos ter uma banalização das delações premiadas. É importantemente que o chefe do Ministério Público mande apurar com rigor esses vazamento e, principalmente, esses que não correspondem à realidade dos fatos”.
Junqueira enfatizou a necessidade de manter as delações em sigilo. “Se violado, é obrigação do Ministério Público apurar a autoria e denunciar na Justiça”, concluiu.
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