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100 anos de Saora em Cajazeiras: O pão mais conhecido da cidade que é patrimônio da família

“Este sim um Mito do Pão nosso de cada dia. Um patrimônio de Cajazeiras para a humanidade”, destacou o jornalista Sales Fernandes.

Por Diário do Sertão

19/10/2018 às 15h26

Se vivo, Saora completaria 100 anos nesta sexta-feira

Se vivo, Severino Cabral dos Santos (Saora), da cidade de Cajazeiras completaria 100 anos neste 19 de outubro de 2018. Nascido em 19/10/1918, Saora fez história e deixou seu marco na Terra do Padre Rolim.

+ Eu sou como o pão de Saora

Seu nome é lembrado hoje, pois virou marca do seu produto, o pão de Saora, uma fabricação ainda caseira e da família, que continua fabricando o alimento mais ‘cobiçado’ de Cajazeiras.

“Este sim um Mito do Pão nosso de cada dia. Um patrimônio de Cajazeiras para a humanidade”, destacou o jornalista Sales Fernandes.

Saora foi homenageado e ganhou até uma música do compositor Naldinho Braga. Essa música já ganhou várias versões e no ano de 2016 ela virou um Hit no carnaval de Cajazeiras em uma versão Frevo.

História
Desde o meado do século XX ele existe, criado pelas mãos de Severino Cabral dos Santos. Rua acima rua abaixo, lá ia Saora, o balaio na cabeça, carregado de pães. O pão doce assumia formas variadas, um pretexto a mais para o simpático vendedor pilheriar. Eita, morena bonita, dizia, o jacaré não morde, quem come o jacaré é você… Jamais se pensaria naquele tempo em assédio. Sempre de bom humor, mesmo quando jovem Saora nunca foi de enxerimentos. Distribuía pães e alegria nas ruas da cidade, a piada na ponta da língua, desde a época em que todos em Cajazeiras se conheciam pelo nome. E de tanto andar pelas ruas e praças, o pão de Saora virou tradição, enriqueceu o folclore.

Pão de Saora é fabricado de forma caseira em Cajazeiras

E continua
Seu criador morreu, o pão ficou. Filhos e netos continuam a honrar o nome do pai, do avô. O cesto de cipó trançado desapareceu da paisagem cajazeirense. A sonora voz do pastor Saora sumiu com seu dono. Sumiram também os gracejos ditos de repente que nem violeiro-cantador do sertão. Os passos largos da inesquecível figura humana deram lugar à bicicleta e, depois, à moto. A mudança acompanhou a modernização, provocando novos meios de comerciar. A entrega dos pães se faz hoje com mais rapidez, em transporte motorizado, um grande isopor mantém o pão quente, o saquinho de plástico afastou o papel de embrulho do meu tempo de criança. Tudo isso mudou. Menos a fórmula, o formato, a maneira de produzir, o gosto do pão de Saora. Por isso, entrou no campus da Universidade Federal e de lá saiu embrulhado na dissertação de mestrado do professor Cabral Filho. E ganhou o mundo em forma de livro: Pão da memória: velhos padeiros, lembranças, trabalho e história”.

DIÁRIO DO SERTÃO

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