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José Anchieta

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Quando Tudo Está Errado, Tudo Está Certo

17/06/2009 às 19h03

Por Padre Renato

Um ano, dois anos, três anos, cinco, dez, quinze, preparamo-nos para tanta coisa, algumas dão certo, outras não, reviravoltas acontecem de um lado, piruetas acontecem de outro; no centro de gravidade da vida, às vezes as coisas permanecem estáticas, às vezes não.

Quem planeja um “plano A”, sempre e necessariamente deve estar pronto para colocar em prática um “plano B”, pois, por determinadas circunstâncias, o plano A pode naufragar, ou sequer ser posto em ação. Ser humilde e reconhecer a fragilidade do “A” e a viabilidade de passar adiante, buscando outra coisa, outro plano de ação, antes de ser covardia, é antes de tudo, heroísmo.

Isto supõe ousadia, mas não orgulho; fortaleza, mas não prepotência; humildade, mas não fraqueza. Aqui, não cabem orgulho, prepotência ou fraqueza. E, se porventura, na mudança do “norte”, um desses elementos aparecem, se faz necessário rapidamente um tratamento adequado para que não se caia nos mesmos erros que, possivelmente, levaram a pique o “plano A”.

A presença de um mestre neste caminho de discernimento é, sem sombra de dúvidas, indispensável, pois, de fora, ele vai nos alertando quanto ao orgulho que incha o ego, quanto à prepotência que insiste em pisar os outros e quanto à humildade (que na verdade se trata da falsa humildade) que visa esconder os valores que temos em nós e a sua derrocada.

Nada de cabeça baixa. As etapas frustradas e frustrantes da vida existem para serem superadas com a estima elevada e com o pensamento voltado para Deus que permite passarmos por tribulações para que Sua vontade seja colocada em prática. “Quando tudo está errado, é porque tudo está certo”, costuma dizer o Pe. Gervásio.

E é mesmo. No momento em que tudo está desabando, não deveríamos olhar para os escombros ao nosso redor. Deveríamos, sim, olhar para o alto, para o céu. É bem verdade que, no momento do desabamento, não dá pra ver muita coisa por causa da nuvem de poeira, mas, com o tempo, com um ano, com dois anos, com três, no máximo, o céu já se mostrará limpo e a sua visão encantadora.

Os escombros ao nosso redor? Então, servirão para que, apoiados nele, alcancemos mais facilmente este céu tão limpo e convidativo à construção de uma nova casa bonita, diferente da anterior (o plano B, C, D ou E). Não igual, diferente. Pois nada há de idêntico neste mundão de meu Deus. Usando os escombros, construiremos novos sonhos e novas realidades. Este trabalho, porém, exige maturidade e paciência.

Mas, é exatamente nisto que está a graça da vida: passar pelas dificuldades, crescendo a partir delas, para construir um futuro diferente e melhor, sempre tendo em conta que aquilo que nos parece uma verdadeira tragédia é, sim, prenúncio de uma “nova aurora”.

Quando tudo está errado, é porque tudo está certo.


Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Sistema Diário de Comunicação.

José Anchieta

José Anchieta

Redator do Jornal Gazeta do Alto Piranhas, Radialista, Professor formado em Letras pela UFPB.

Contato: [email protected]

José Anchieta

José Anchieta

Redator do Jornal Gazeta do Alto Piranhas, Radialista, Professor formado em Letras pela UFPB.

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