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José Antonio

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Meus Setenta e cinco anos

11/06/2021 às 19h45

Coluna de José Antonio. (Foto: reprodução/internet).

Por José Antonio

Neste dia 13 de junho estou completando 75 anos de vida. Uma longa caminhada, quantas ainda darei, está nas mãos de Deus. Nasci laçado e a parteira foi avisando: “tem que ser batizado com o nome de José, para não morrer enforcado”. E a tradição foi mantida. Meu pai, porém, pensou diferente, e fez uma homenagem ao meu avô, que se chamava José Antonio de Albuquerque, mas poderia ter sido mais completa se tivesse acrescido o Neto ao meu nome.

Nasci a poucos metros do Rio Piranhas e com as águas captadas do seu leito fui batizado, pelas mãos benditas do Padre José Linhares, na Capela de Nossa Senhora Aparecida, no Distrito de Engenheiro Avidos, torrão que me serviu de berço e por quem tenho uma enorme afeição. É o telúrico que sempre foi muito forte em mim por este querido pedaço de chão encravado no município de Cajazeiras, Paraíba.

Meu pai foi um extraordinário comerciante, mas sempre esteve dividido entre o campo e a cidade. O cheiro de terra molhada o transformava noutro homem e ao longo de seus 82 anos de vida nunca, nem mesmo em tempos de secas, deixou de plantar sementes no solo para ter os produtos da terra, principalmente o algodão, invadindo a sala da casa deixando apenas uma pequena passagem para os outros vãos.

Enquanto se dedicou apenas a agricultura foi considerado na Ribeira do Sítio Coxos, onde nasceu, o maior catador de algodão e era um exímio limpador de roça de milho e feijão. Era quem primeiro plantava e colhia.

Minha mãe só casaria com ele se fosse morar na Vila do Distrito e juntos colocaram uma pequena bodega, mas mesmo assim, continuou arando a terra e colhendo os frutos dela com o suor de seu rosto. O seu amor ao trabalho foi o maior exemplo que deixou para os seus nove filhos, além da honradez e a honestidade.

Um homem “quase analfabeto” deixou uma herança muito grande, imensurável, inacabável para os seus filhos e netos: a educação. Formou os nove filhos e ainda viu alguns netos nos bancos das universidades. Cada filho que via concluir os estudos era como plantasse uma arvore frondosa no jardim de seu coração. A educação é a herança que quero deixar para os meus filhos, porque ela é imperdível e não se acaba nunca, ouvi dele esta frase muitas vezes.

Queria escrever neste canto de página alguns episódios dos meus setenta e cinco anos de vida, mas preferi dedicar esta minha idade ao meu pai, que ao lado de minha mãe, foram os grandes heróis e amores de minha vida e gostaria que eles estivessem hoje ao meu lado para uma grande celebração.

Celebro com muita alegria e uma imensa saudade de meus pais e neste tempo de pandemia ao lado dos íntimos.

Viva a vida!


Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Sistema Diário de Comunicação.

José Antonio

José Antonio

Professor Universitário, Diretor Presidente do Sistema Alto Piranhas de Comunicação e Presidente da Associação Comercial de Cajazeiras.

Contato: [email protected]

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Professor Universitário, Diretor Presidente do Sistema Alto Piranhas de Comunicação e Presidente da Associação Comercial de Cajazeiras.

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