Léo, Maranhão e Ricardo

A desculpa foi o carnaval para que os dois candidatos a governador do estado (ou você tem dúvidas?) marcassem presença na folia momesca da cidade. Ricardo Coutinho (PSB), da mesma legenda partidária do prefeito Léo Abreu (PSB), através de suas assessorias, montaram uma agenda que pudesse evidenciar e colocar numa vistosa vitrine o prefeito da capital: presença da imprensa no aeroporto, uma entrevista coletiva na sede da AABB e um desfile a pé, no meio da multidão no corredor da folia numa demonstração evidente de que era preciso mostrar Ricardo ao povo de Cajazeiras e do Sertão. Tudo isto no sábado, dia 21.

Enquanto Ricardo visitava a cidade e dava entrevista a tudo que era emissoras de rádio, blogs e sites da cidade e da região, os maranhistas que estavam em Cajazeiras, já enciumados com tanta “paparicagem”, trocavam telefonemas com os de João Pessoa para montarem um “esquema” que pusesse ainda mais em evidência o governador José Maranhão que chegaria no dia seguinte, no domingo, no território que estava sendo ocupado e muito bem ocupado por Ricardo.

Maranhão procurou chegar mais cedo na cidade e com uma agenda de visitas a locais que quer dar prioridade de tratamento no seu governo: Hospital Regional de Cajazeiras e o Perímetro Irrigado de Lagoa do Arroz e assim o fez. No aeroporto vários prefeitos da região marcaram presenças.

Para a realização da entrevista coletiva escolheu, estrategicamente, a casa de um velho e fiel aliado Antonio Vituriano de Abreu (PMDB), pai do prefeito Léo Abreu. Todos os órgãos de comunicação da cidade estiveram presentes. Esta foi uma maneira de prestigiar também Léo Abreu. Uma forma ou de outra este encontro entre os dois ficou muito mais para namoro e futuro casamento do que uma simples amizade e admiração.

Para consolidar sua aliança com o deputado estadual Jeová Campos (PT), o almoço foi realizado na granja do empresário Chico Mendes (PT), fato que contrabalançou os espaços caminhados e ocupados por Maranhão na sua visita a Cajazeiras. E a noite desfilou num trio elétrico ao lado do prefeito e de outras lideranças políticas da cidade, no corredor da folia.

Sendo Léo Abreu do PSB, o mesmo partido de Ricardo Coutinho, Maranhão partiu na frente para conquistar o seu apoio e está sendo anunciada a nomeação da primeira dama do município, Jaqueline Abreu para ocupar a Secretaria Adjunta de Desenvolvimento, cujo titular é o sãojoanense Sales Fernandes. Este é, indiscutivelmente, um gesto político do governador do Estado, não para com Cajazeiras, mas com Léo Abreu, que o deseja no seu palanque e não no de Ricardo, em 2010.
Das principais cidades da Paraíba, Cajazeiras, vai ser, com certeza, muito paparicada, cortejada, mimada e assediada tanto por Ricardo e principalmente por Maranhão. Sabendo ter jogo de cintura esta é uma grande oportunidade para suas lideranças, as da situação, tirarem proveito e trazerem obras estruturantes para o município. A partir de agora é correr atrás. Esquecer a rede branca de varanda por uns dias e cair nos braços de Maranhão e Ricardo porque os dois têm o que dar a Cajazeiras.

Maranhão e aeroporto
O governador Maranhão ao ouvir dos empresários da cidade que o terreno do novo aeroporto da cidade já estava escriturado em nome do município de Cajazeiras abriu um largo sorriso e disse: agora está tudo mais fácil, eu pensei que ainda ia comprar o terreno. O encontro entre Maranhão e os presidentes da Associação Comercial, José Antonio de Albuquerque, Severino Lins, da Câmara de Dirigentes Lojistas; Alexandre Costa, do Sindicato de Bens e Serviços e de José Cavalcante, representando o Rotary Clube, significa o símbolo da resistência e da luta pela conquista deste importante equipamento. Cajazeiras precisa voar.

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Radomécio Leite

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