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José Anchieta

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Futuro de incertezas

18/12/2014 às 19h47

O ano que está chegando ao seu final marcou o prolongamento de um período de estiagem, que tem causado muito sofrimento às comunidades mais afetadas pela falta de água. Aliás, a atual seca, considerada a maior das últimas quatro décadas, além de secar reservatórios e dizimar boa parte do rebanho, expôs um quadro, verdadeiramente, inaceitável de convivência com as estiagens no semiárido nordestino.

Pois bem, é nesse contexto que os sertanejos vivem a expectativa da chegada do novo ano. A quadra invernosa de 2015 ainda é uma incógnita. As previsões divulgadas até agora não transmitem nenhuma segurança, o que tem deixado muita gente pessimista. E o que fazer diante desse cenário de muitas de incertezas?

Na verdade, a região vive um clima de muita apreensão, com as atenções voltadas para as próximas manifestações dos institutos que estudam e analisam as questões climáticas. E não é pra menos. Depois de três anos seguidos de seca, a preocupação sobre possível ocorrência de um novo fenômeno desse tipo é crescente.

No momento, a preocupação maior é com os níveis dos açudes que abastecem as cidades, pois se não houver recarga significativa nos primeiros meses de 2015, a situação deverá se agravar muito. É o caso de Engenheiro Avidos, responsável pelo abastecimento das cidades de Cajazeiras e Sousa. É preciso, portanto, uma continuidade de dias com boas chuvas para se reverter o atual quadro.

A população teme um colapso no abastecimento, o que poderá resultar em muitos transtornos, pois não houve por parte dos governos um plano emergencial para ser colocado em prática. Aliás, a ausência de políticas de convivência com a seca tem se repetido. Além das ações emergenciais, a região cobra projetos estruturantes.

O grande alento dos sertanejos para os próximos anos é o projeto de integração de bacias (transposição de águas do São Francisco), cujas obras, segundo se informa, têm previsão de conclusão no final de 2015 ou em 2016. E até lá, se não chover o suficiente para armazenar água? O quadro atual é mesmo muito preocupante. 

Volume de Boqueirão
O açude Engenheiro Avidos (Boqueirão de Piranhas), segundo a Aesa, está com pouco mais de 25 milhões de metros cúbicos, o que corresponde a apenas 10% de sua capacidade. Além do baixo nível anunciado, tem o problema do assoreamento que, segundo Adalberto Nogueira, não está sendo considerado nas avaliações. Já o outro grande reservatório de Cajazeiras, Lagoa do Arroz, está com 11% de sua capacidade.

Chuvas
Cidades da região de Cajazeiras e também do interior do Ceará registraram boas precipitações nas últimas 24 horas. O lamentável é que nada de prevenção vem sendo feito para aproveitar as águas dessas chuvas. Neste tempo de escassez de chuvas, os municípios poderiam lançar programas de construção de cisternas para armazenar água.

José Anchieta

José Anchieta

Redator do Jornal Gazeta do Alto Piranhas, Radialista, Professor formado em Letras pela UFPB.

Contato: [email protected]

José Anchieta

José Anchieta

Redator do Jornal Gazeta do Alto Piranhas, Radialista, Professor formado em Letras pela UFPB.

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