Ética na política

Em Cajazeiras, desde o dia em que foi proclamado o resultado das eleições municipais, realizadas em 05 de outubro de 2008, que os eleitores, os partidários, os eleitos, os derrotados e grande parcela da comunidade ainda não conseguiram descer do palanque. Nunca na História Política deste município um fato desta natureza, até então tinha acontecido. Os ânimos ainda continuam acirrados, os vizinhos continuam intrigados e os adversários ainda brigam e discutem política.

Por que está acontecendo este inusitado fato? Esta mudança de comportamento do eleitor cajazeirense poderia ser objeto de um estudo. Até para dirigente de clube de briga de galo estão “metendo” a bendita política partidária, além do futebol, dos clubes sociais, das entidades rurais e urbanas. Uma verdadeira caça às bruxas foi levada a cabo, onde existir um adversário político ele está sendo transformado em alvo de perseguição, quando é possível vem à demissão, quando não, uma transferência cabe bem.

O famoso pensador alemão Immanuel Kant diz que a ética é o respeito à dignidade do outro. E alguns fatos inusitados que vêm acontecendo na administração pública, incluindo uma “abafada” luta interna pelo poder, expõe cada vez a classe política e alguns de seus agentes ao descrédito. Segundo Santo Agostinho não se constrói sem a verdade. A decência, a transparência e a reputação ilibada são condições necessárias e inerentes a todo agente político.

O grande problema é que continuamos ferindo as regras constitucionais: damos emprego sem concurso público, a transparência em algumas administrações continua sendo um sonho, embora a nossa Carta Magna diga que é obrigatória e são poucos, muito poucos mesmo, os que têm compromisso com a honestidade, talvez daí seja a causa de tanto descrédito na classe política, conforme pesquisas de opinião pública. Num distante dia em que cumprirmos fielmente os ditames da Constituição, aí sim passaremos a admirar os nossos políticos como modelo de conduta e como cidadão de respeito, porque assim, cumprindo a lei, nos orgulharemos de ser cidadão.

Ética na Política 2
Não passamos uma semana sem um escândalo envolvendo políticos. Um dos últimos foi inacreditável! O deputado federal Edmar Moreira, acusado de omitir da declaração de bens um castelo de R$25 milhões e o ilustre deputado vive seu conto de fadas na certeza da impunidade da justiça brasileira.

Um cidadão enviou uma carta a um jornal e foi publicada e nela ele diz: “o deputado está no lugar certo, pois lugar de ladrão é política brasileira”. Aliás, o povo brasileiro está muito bem representado, já que cerca de 90% da população acha que roubar o erário é esperteza, inteligência ou outro adjetivo equivalente.

Eleições a cada dois anos, acredito, que em nada serve à democracia. A cada dois anos se perde praticamente um ano, porque a máquina pública fica emperrada no ano de eleições e quem perde é o País como um todo. Basta olhar o que está acontecendo na nossa Paraíba: mal o governador José Maranhão assumiu, já começou, por imposição do processo político, a campanha eleitoral. A tão esperada reforma política, que se arrasta há anos, quando será que vai ser votada pelo Congresso Nacional.

A cada dois anos uma campanha eleitoral milionária, com políticos se envolvendo cada vez mais nos famosos esquemas de corrupção e sob o manto da imunidade parlamentar conquista um mandato como salvo-conduto para práticas ilícitas. Quantos parlamentares neste país estão sendo processados? Poucos são os que não respondem na justiça por atos que denigrem a conduta de qualquer cidadão, mas que sendo parlamentar, mesmo tendo o seu mandato desonrado, não sofre uma ave-maria de penitência.

Aeroporto
Tenho recebido vários telefonemas e e-mail sobre a construção do aeroporto de Cajazeiras. As esperanças se renovam. O governador José Maranhão, pelo andar da carruagem, que o prometeu no dia 22 de agosto de 2000, vai ser o cumpridor da promessa. Assim esperamos.

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Radomécio Leite

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