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José Anchieta

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Crise hídrica e previsões de inverno

14/11/2014 às 10h07

O Sertão da Paraíba chega ao final de 2014 vivendo uma grande inquietação: a possibilidade de enfrentar um colapso de abastecimento d’água. Convivendo, atualmente, com a maior seca das últimas décadas, a região dispõe de pouca água armazenada para o consumo humano, e ainda sofre enormes prejuízos com a dizimação de grande parte do rebanho, o que representou um duro golpe na pecuária, uma atividade que sempre contribuiu para impulsionar a economia regional.

 O baixo nível dos reservatórios que abastecem as cidades tem sido motivo de muita preocupação por parte da população. Algumas cidades já não têm água para beber desde o início do ano, e estão sendo abastecidas por carros pipa. Outras estão na iminência de enfrentar esse mesmo problema se não chover bem, logo no início do ano. 

Em Cajazeiras, por exemplo, o agrônomo Adalberto Nogueira e outros técnicos que acompanham a realidade climática, têm advertido sobre esse risco. É que o açude Engenheiro Avidos, que abastece a cidade, está com penas 11% de sua capacidade, e se não houver recarga nos primeiros meses do ano, ficará sem a condição necessária para fornecer água para o consumo humano.

O pior de tudo é que ainda não há nenhuma segurança sobre a regularidade da próxima quadra invernosa. Os estudos realizados até agora, segundo Adalberto Nogueira, não garantem nada. Pelo contrário, se confirmados alguns prognósticos iniciais, não vai chover bem nos primeiros três meses de 2015. Ele e os demais estudiosos em questões climáticas sustentam que é preciso aguardar mais um pouco, porque pode haver mudanças e, de repente, tudo pode sinalizar para um bom inverno.

A verdade é que estamos diante de um cenário de incertezas, e não se vê um planejamento para essa possibilidade de mais um ano de seca. O que está sendo planejado ainda que de forma emergencial para se conviver com esse problema? Essa é uma pergunta que vem à tona, mas não tem tido resposta convincente por parte das autoridades competentes. A sociedade cobra algo concreto sobre essa crise.

As águas do São Francisco só deverão chegar à região no final de 2015, de acordo com as informações do governo federal. Até lá, não se terá segurança hídrica para a convivência com um possível prolongamento do atual período de estiagem, que já se arrasta por três anos.

O avanço nas obras do projeto de integração, inclusive, com a conclusão do túnel Cuncas I, entre a Paraíba e o Ceará, representa um grande alento para os sertanejos que esperam por essa importante obra, há muito tempo. Além da sua conclusão, é preciso ainda a viabilização de projetos de despoluição dos nossos reservatórios para receber essas águas. Tudo isso, certamente, ainda vai demorar um pouco, o que exige decisões políticas urgentes das esferas de poder para pelo menos minimizar o sofrimento da região, em caso de novo período de inverno irregular.

José Anchieta

José Anchieta

Redator do Jornal Gazeta do Alto Piranhas, Radialista, Professor formado em Letras pela UFPB.

Contato: [email protected]

José Anchieta

José Anchieta

Redator do Jornal Gazeta do Alto Piranhas, Radialista, Professor formado em Letras pela UFPB.

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