Bode expiatório

No município de Cajazeiras existe um número razoável de pequenos produtores de leite e de criadores de galinha de granja e caipira. E toda esta produção é comercializada junto aos supermercados da cidade e nas feiras livres, principalmente a que é realizada aos sábados, na Praça Coronel Matos.

Os produtores de leite fabricam queijo de coalho e manteiga e existem alguns deles que se tornaram famosos pelo sabor e pela qualidade, a exemplo dos oriundos do Sítio Vaca Morta. Esta atividade tem feito com que muitos não tenham ainda abandonado a zona rural, porque toda semana, com a venda dos queijos e da manteiga da terra, conseguem os recursos para manter a família e a propriedade. E vão tocando com muita dificuldade o seu pequeno negócio.

A mesma coisa acontece com os que montaram a sua pequena granja para criar galinhas, que quando não são vendidas na feira livre do sábado, na famosa feira da galinha e do ovo de capoeira, da Rua Coronel Justino Bezerra, são abatidas e vendidas nos supermercados e mercearias da cidade. São dezenas de famílias que vivem desta atividade na zona rural.

Estes micro-empresários estão passando, neste momento, por uma situação muito difícil, porque desde o dia em que o PROCON da Paraíba, resolveu iniciar por Cajazeiras sua campanha para que o Código do Consumidor seja cumprido ao pé da letra, os supermercados da cidade deixaram de comercializar os queijos oriundos das fazendas da região e as galinhas abatidas, porque existe uma exigência, que além de serem devidamente embaladas, devem constar prazo de validade e selo do Ministério da Agricultura.

Antes desta medida de força ter sido implementada pelo PROCON o que deveria ter sido feito era uma campanha, por parte do governo do estado de orientação e de ajuda a estes pequenos proprietários para que pudessem se estabelecer no mercado sem prejuízos para os seus pequenos negócios. O fato é que a cidade de Cajazeiras está servindo de cobaia e de bode expiatório no legalismo exarcebado que vem praticando o PROCON da Paraíba.

Quando um único voto vale mais do que um milhão votos
Mais de um milhão de votos sufragados nas últimas eleições, dados ao candidato ao senado, Cássio da Cunha Lima, até o último dia 23, estavam os seus proprietários, na orfandade, sem dono. Um único voto, prolatado pelo Ministro Luiz Fux, na Histórica Sessão do Supremo Tribunal Federal, definiu e valeu por este mais de um milhão de votos dos paraibanos e Cássio que até então estava sem o direito de ser diplomado senador, passa a ser o novo senador da República pela Paraíba e dono deste mais de um milhão de votos, o senador do povo. Fez-se justiça e o calvário de Cássio vai ter fim e os milhares de paraibanos que haviam votado nele sentem-se feliz por saber que o seu voto agora tem um dono e deixa de ser órfão. Que felicidade!
 

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Radomécio Leite

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