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José Anchieta

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As chuvas e a crise hídrica

23/11/2014 às 12h30

As chuvas caídas, ultimamente, em Cajazeiras e em vários municípios sertanejos, trouxeram à tona, mais uma vez, a discussão sobre o problema do armazenamento das águas. Muitos produtores rurais voltaram a cobrar programas de construção de novas barragens e de desobstrução dos reservatórios atingidos pelo assoreamento. Além das poucas chuvas, a região sofre com a ausência dessas ações.

O nosso Sertão está chegando ao final do terceiro ano consecutivo de seca, e vê, a cada dia, a possibilidade de enfrentar um colapso no abastecimento, em caso de prolongamento desse período de estiagem, exatamente, porque não dispõe de água suficiente acumulada para o consumo. Algumas cidades, inclusive, já não têm água para beber, há vários meses, e estão na dependência dos carros pipa. Outras estão na iminência de enfrentar esse mesmo problema se não chover o suficiente logo no início do ano para a recarga dos mananciais.

As precipitações ocorridas nos últimos dias geraram um clima de alegria na região, diminuindo o forte calor e acumulando um pouco de água em algumas pequenas barragens, mas não o suficiente para elevar o nível dos grandes reservatórios que abastecem as cidades, a exemplo de Engenheiro Avidos e Lagoa do Arroz, em Cajazeiras.

As análises dos meteorologistas ainda não são animadoras sobre o início e regularidade do próximo inverno. Segundo afirmam, o que está acontecendo agora é apenas uma frente fria sobre o Atlântico, que se deslocou do sul da Bahia, o que não caracteriza, portanto, início da quadra chuvosa. Para eles, é preciso aguardar mais um pouco para se avaliar a possibilidade de inverno regular em 2015.

A verdade é que estamos diante de um cenário de incertezas, e não se vê um planejamento para se enfrentar mais um ano de seca. Além dos programas emergenciais para socorrer as comunidades mais afetadas, é preciso um programa de construção de obras para se acumular água no tempo das chuvas.

Nesse sentido, é fundamental se cuidar dos nossos reservatórios para a possibilidade de recarga. Os cajazeirenses e sertanejos clamam, há muito tempo, por obras de recuperação de Engenheiro Avidos, uma ação, inclusive, prometida desde o ano passado pelos órgãos competentes. Até quando vamos esperar pela execução desse e de outros projetos necessários para se receber as águas do São Francisco? Parece mesmo que a região vai continuar despreparada para conviver com esse fenômeno da seca, que tanto castiga a população.

Esse é, inegavelmente, um assunto recorrente. Os nossos leitores podem até estranhar a insistência. Mas é verdade também que há uma inquietação muito grande da população diante dos riscos de colapso no abastecimento, que tanto pode afetar a vida de todos. Por isso, a nossa insistência em colocar o tema em pauta. A sociedade precisa cada vez mais despertar para o problema, e cobrar as devidas políticas públicas de convivência com essa dura realidade.


Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Sistema Diário de Comunicação.

José Anchieta

José Anchieta

Redator do Jornal Gazeta do Alto Piranhas, Radialista, Professor formado em Letras pela UFPB.

Contato: [email protected]

José Anchieta

José Anchieta

Redator do Jornal Gazeta do Alto Piranhas, Radialista, Professor formado em Letras pela UFPB.

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