Enxaguante bucal diminui carga viral da Covid-19; dentista ensina como usar o produto corretamente
Um estudo comprovou que após 30 segundos de gargarejo é possível reduzir temporariamente a concentração do vírus na cavidade oral e garganta
Que a higiene é eficiente na prevenção contra o novo coronavírus, não é novidade. Porém, uma descoberta realizada por pesquisadores da Universidade Ruhr-Bochum, na Alemanha, revelou uma constatação tão inusitada quanto surpreendente: algumas fórmulas de enxaguante bucal são capazes de inativar o Sars-CoV-2.
O estudo, publicado no fim de julho no The Journal of Infectious Diseases, revelou que todas as oito marcas testadas no experimento conseguiram reduzir a carga inicial do vírus após 30 segundos. Em uma delas, a diminuição foi tanta que nenhum vírus foi detectado. Apesar do efeito, o enxaguante não é capaz de inibir a produção de vírus nas células.
Para a odontologista Dr. Patrícia Bertges, a descoberta só traduz o que todo mundo sabe: a prevenção se resume a melhores hábitos de higiene. “Isso é ainda mais interessante para os assintomáticos, que mesmo sem saber que possuem o vírus, podem diminuir a carga viral que poderia se propagar e infectar pessoas a sua volta, simplesmente por fazer a higiene bucal corretamente”, comenta.
Segundo a especialista, o cuidado com a boca previne não apenas a Covid-19 como também outras doenças. “A garganta funciona como um local de replicação viral durante os estágios iniciais de infecção. A antissepsia oral pode reduzir o número de partículas virais infecciosas aerossolizadas e, consequentemente, o risco de transmissão ou infecção”, aponta.
A especialista explica que o enxaguante atua principalmente na eliminação das placas bacterianas, que podem insistir em continuar na boca mesmo após a escovação, sendo o produto um importante método para completar com eficiência a limpeza bucal. “Essa descoberta é, inclusive, útil para o atendimento odontológico. Agora, na minha clínica, vamos passar a adotar um gargarejo antes da consulta para ajudar a diminuir possíveis cargas virais”, conta.
O uso de uma a duas vezes ao dia, como última etapa da limpeza, após o fio dental e a escovação, é o suficiente para fazer uma higiene eficiente. “Depois do gargarejo, não é recomendado lavar a boca com água, pois isso dilui o produto e diminui sua eficácia”, diz a especialista. Na hora de escolher o produto, a dentista recomenda optar pelas fórmulas à base de CPC (cloreto de cetilpiridínio) + fluoreto.CPC (cloreto de cetilpiridínio) + fluoreto.
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