Anticoncepcionais podem reduzir o risco de câncer em 30%, diz estudo
Pesquisa feita com 46 mil mulheres comprova que aquelas que usaram pílulas tiveram menos chances de desenvolver três tipos de câncer
Em meio ao mar de polêmicas e pesquisas inconclusivas sobre os efeitos colaterais causados por anticoncepcionais, eis um estudo mais certeiro: o uso do medicamento não aumenta as chances de câncer, e tomar pílula pode diminuir os riscos de desenvolver alguns tipos da doença. A descoberta é de uma pesquisa feita pela Universidade de Aberdeen, no Reino Unido, ao longo de 44 anos com 46 mil mulheres – considerada a mais longa já feito sobre o assunto.
A ideia de que os comprimidos anticoncepcionais podem ter relação com o surgimento de câncer está muito atrelada ao estrogênio. No organismo, ele é sintetizado pelos ovários e responsável por controlar a ovulação e preparar o corpo da mulher durante a gravidez, distribuindo gordura e estimulando o desenvolvimento mamário, por exemplo. Nas pílulas, combinado com a progesterona, ele engana o organismo para evitar a concepção. O grande problema é que o estrogênio também é conhecido por “alimentar” alguns tipos de tumor e, por isso, existe o medo de que o uso de anticoncepcionais poderia aumentar as chances de câncer a longo prazo.
No entanto, os cientistas de Universidade de Aberdeen descobriram que as mulheres que usavam pílula estavam menos propensas a ter câncer de ovário, endométrio e intestino que aquelas que nunca haviam utilizado pílula. Eles perceberam que tomar o medicamento por algum tempo diminui o risco de câncer de intestino em 19%, de endométrio em 34% e de ovários em 33%. Isso significa que uma a cada três mulheres que poderiam ter sido acometidas pela doença nos ovários ou no endométrio foi “protegida” pelo uso da pílula. Nos casos de câncer de intestino, a proporção é uma a cada cinco.
Os pesquisadores também analisaram os riscos de todos os tipos de câncer em mulheres que tomaram anticoncepcionais durante os anos em que estavam em idade reprodutiva, e concluíram que o uso da pílula não aumentou as chances de desencadearem a doença mais tarde na vida.
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