Parto sem dor desenvolvido na Maternidade Frei Damião é destaque em revista internacional
O foco do trabalho foi o Projeto de Analgesia de Parto (parto sem dor), implantado na Frei Damião em outubro deste ano
Um artigo científico desenvolvido na Maternidade Frei Damião, que integra a rede hospitalar estadual, foi publicado recentemente na revista World Journal of Pharmacy and Pharmaceutical Sciences, que tem editores de todo o mundo. O foco do trabalho foi o Projeto de Analgesia de Parto (parto sem dor), implantado na Frei Damião em outubro deste ano – a primeira unidade de saúde da Paraíba a disponibilizar o serviço para a população.
O doutor em anestesiologia Luiz Eduardo Imbelloni, do Programa de Residência Médica em anestesiologia, da Secretaria de Estado da Saúde (SES), foi o autor do artigo científico intitulado Spinal Anesthesia For Cesarian Section in an Silver-Russel Syndrome – Case Report (em português: Raquianestesia para Cesariana em um Caso de Síndrome de Silver-Russel”. Luiz Imbelloni tem mais de 200 artigos publicados, além de quatro livros, sendo três deles sobre raquianestesia.
“O objetivo de qualquer trabalho científico é contribuir com o desenvolvimento da especialidade, no nosso casoobstetrícia e anestesiologia. Este trabalho foi desenvolvido por termos realizado uma cirurgia cesariana em paciente anã, com a Síndrome de Silver-Russell”, explicou ele.
A Síndrome de Silver-Russel (SSR) é uma desordem genética heterogênea, sendo a maioria dos casos atribuídos a novas mutações dominantes. A confirmação diagnóstica ainda é predominantemente clínica, com base nos principais sinais que incluem histórico de retardo no desenvolvimento intrauterino e pós-natal, atraso na idade óssea, baixo peso, assimetrias corporais e face triangular, circunferência occipto-temporal proeminente com perímetro cefálico normal, clinodactilia do 5º dedo.
“A paciente que passou pela cirurgia tem 34 anos, 27 kg de peso e 1,30 m de altura e estava com 37 semanas de gestação, sendo indicada cesariana com melhor método para o nascimento do bebê”, informou o doutor Luiz Imbelloni.
O artigo publicado pela revista World Journal of Pharmacy and Pharmaceutical Sciences, que tem fator de impacto considerado bom (fator 6,04 – significa que a revista está sendo lida e citada por diversos autores do mundo inteiro).
“Quando a Maternidade Frei Damião resolveu implantar o Projeto de Analgesia de Parto, fui indicado para a tentativa de sua implantação. Fizemos duas reuniões, sendo uma no auditório da Maternidade Frei Damião e outra no auditório do Conselho Regional de Medicina, e em ambas com a presença da secretária estadual de saúde, Roberta Abath. O Projeto foi incentivado pelo governador Ricardo Coutinho que, juntamente com Roberta Abath, objetiva que, após a implantação na Maternidade Frei Damião, o projeto seja estendido para todas as maternidades da Paraíba”, pontuou Imbelloni.
Ainda de acordo com o doutor Luiz Imbelloni, o objetivo do Projeto é realizar o trabalho de parto completamente sem dor. “Na realidade, todas as parturientes que tem seu parto normal sentem muita dor. Para que não exista mais este processo doloroso, é necessário que todos que atuam com a parturiente [obstetras, anestesiologistas, pediatras, enfermeiras e fisioterapeuta] se adequem ao novo método com analgesia e por isso é de extrema importância que um artigo científico como este tenha sido publicado. Toda a população poderá se beneficiar, desde que todos façam o treinamento e possamos, num futuro próximo, estender para todas as maternidades”, esclareceu.
Parto sem dor – O doutor em anestesiologia Luiz Eduardo Imbelloni explicou que o parto normal sem dor começa a partir da solicitação da gestante. “A analgesia é aplicada na paciente, quer seja de forma venosa, por bloqueios ou inalatória, quando ela pede o procedimento que elimina a dor que é responsável, por exemplo, pela depressão pós-parto e estresse pós-traumático”, explicou o médico.
Segundo ele, o mais difícil nesta metodologia é convencer os profissionais e à população de que o parto normal sem dor é a melhor alternativa. “Tanto em clínicas particulares como nas unidades públicas de saúde, a grande maioria dos partos é cesárea e isso se deve muito às dores quase insuportáveis no parto normal. Portanto, se pode ser feito um parto normal, que é a forma mais saudável para a criança e para a mãe, sem nenhuma dor, por meio de analgesia, esta, sem sombra de dúvida, é a melhor opção”, garantiu.
Secom
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