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5 motivos para você ler a bula de remédios; Médico explica que deixar de ler as recomendações pode gerar efeitos negativos no tratamento

Médico explica que deixar de ler as recomendações sobre o medicamento pode gerar efeitos negativos no tratamento e até na saúde do paciente

Por Campelo Sousa

15/11/2016 às 12h00 • atualizado em 15/11/2016 às 13h50

Efeito de remédios de uso contínuo pode ser prejudicado pela ingestão de alguns antibióticos, afirma especialista (Foto: Pexels)

Você é daquelas pessoas que não ligam para o que está escrito na bula dos remédios? Que descarta o conteúdo na mesma hora em que tira o medicamento da caixa? Se sim, você não está sozinho. São muitas as pessoas que deixam de ler as recomendações sobre o remédio que vão tomar, algo que pode prejudicar a eficácia do tratamento e até gerar efeitos colaterais no paciente.

“Com a bula é possível entender não só os riscos que aquele produto está lhe trazendo como, também, antecipar algumas prevenções. Interações de medicamentos, por exemplo: se eu tomo um remédio de uso contínuo e vou precisar tomar um antibiótico, ele pode alterar a outra medicação, elevando o risco de reações adversas”, explica Dr. Jean Gorinchteyn, clínico geral e infectologista da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo e do Instituto de Infectologia Emílio Ribas.

O especialista indicou quais os principais pontos que devemos nos atentar quando formos ler a bula:

1. Composição do produto
Importante para que o paciente não acabe tomando uma substância a que é alérgico. “É muito importante o indivíduo ler o princípio ativo caso ele conheça algum componente alérgico, mesmo que tenha informado ao médico.”

Além disso, alguns componentes do medicamento podem afetar a saúde de alguns indíviduos em particular. Por exemplo, pílulas antinconcepcionais não são indicadas para mulheres que fumam ou com enxaquecas.

2. Interações
Pela bula, é possível saber se o medicamento pode interferir no efeito de outros remédios que a pessoa esteja tomando. “Por exemplo, pacientes que tomam medicamentos para deixar o sangue mais afinado, se tomados com alguns antibióticos, podem ter a sua ação mais intensificada.”

3. Modo de uso
Alguns médicos acabam se esquecendo de avisar se o remédio precisa ser tomado em jejum ou com o estômago cheio, mas essas informações podem ser encontradas na bula. Alguns medicamentos, se ingeridos com alimentos, podem ter a absorção reduzida.

4. Efeitos colaterais
“Outro aspecto que deve ser observado é quais os riscos que a medicação pode causar. Até para o caso do individuo apresentar alguns sintomas, como dores de cabeça.”
Com isso, o médico não quer induzir o paciente a ter sintomas, mas sim fazer um alerta, já que a ingestão de remédios precisa até ser suspensa por causa de alguns efeitos colaterais.

5. Armazenamento
Alguns remédios precisam ser armazenados em geladeiras. Caso contrário, pode perder o princípio ativo.

Sem desculpa
Para Gorinchteyn, o brasileiro não tem costume de ler a bula da mesma forma que não lê nem orientação para uso de produtos como aparelhos de TV. Está ligado a uma falta de hábito da maioria da população, mesmo com as informações garantindo a segurança do produto ou prevenindo sérios riscos.

A pessoa pode dizer que o remédio foi vendido sem bula, como no caso daqueles que são comercializados fora da caixa, mas Fernanda Horne da Cruz, coordenadora de bula e rotulagem da Gerência Geral De Medicamentos da Anvisa, explica em nota da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) que até mesmo os medicamentos que não são vendido em caixinhas possuem uma bula, basta pedir na farmácia.

Além disso, se a pessoa perder a bula, a Anvisa disponibiliza o conteúdo para qualquer pessoa pelo bulário eletrônico. Ao todo são 7.673 medicamentos cadastrados.

IG

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