VÍDEO: “Mistura muito perigosa”, alerta advogado sobre instrumentalização da fé para fins políticos
Renato Abrantes reforça que quando religião e política se confundem de forma "insalubre", a democracia perde, podendo descambar para uma "teocracia"
O advogado Renato Abrantes, no ‘Direto ao Ponto’ desta segunda-feira (27), emitiu um alerta sobre a crescente confusão entre religião e política, classificando a situação como uma “mistura muito perigosa”. O jurista defendeu a dimensão pública e social da fé, mas traçou uma linha clara entre o testemunho e a instrumentalização.
Abrantes reconheceu que a fé possui uma função social “eminentemente prática e incisiva”, capaz de formar consciências, inspirar valores e orientar condutas. No entanto, ele destacou a diferença crucial entre “testemunhar a fé e torná-la instrumento de poder e dominação sobre as outras pessoas”.
O advogado reafirmou o princípio constitucional da laicidade estatal, citando o Art. 19, inciso I, da Constituição Federal. Ele esclareceu que o Estado laico não é inimigo da religião, mas sim o garantidor da liberdade religiosa de todos. “A laicidade, na verdade, é garantidora da liberdade religiosa”, pontuou.
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Ao abordar o papel dos líderes religiosos, Abrantes afirmou que a função é “iluminar e não manipular as consciências, ou as decisões políticas de cada fiel”. Ele criticou o uso da fé como “palanque eleitoral”, transformando-a de instrumento de evangelização em instrumento de poder.
“A fé que liberta não pode ser a fé que aprisiona as consciências com discursos partidários e ideológicos”, afirmou.
O advogado também enfatizou a responsabilidade moral dos fiéis, conclamando-os ao senso crítico e discernimento. “O voto é um ato de consciência e não de obediência cega a quem quer que seja”, frisou.
Para o jurista, embora religião e política devam dialogar, é essencial que cada uma se mantenha em sua “ambiência”: a fé com o poder de transformar corações e a política com o poder de transformar estruturas, sem que uma domine a outra.
Renato Abrantes concluiu alertando que, quando religião e política se confundem de forma “insalubre“, a democracia perde, podendo descambar para uma “teocracia“, e quem lucra é quem não crê “nem na fé e nem no povo”.
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