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VÍDEO: Advogado sousense diz que 8 de Janeiro foi “momento tenebroso” e financiadores devem ser punidos

Há dois anos, milhares de bolsonaristas extremistas invadiram e depredaram a Praça e as sedes dos Três Poderes em Brasília. Presidente Lula e autoridades realizaram o ato "Abraço da Democracia" como símbolo do fortalecimento das instituições

Por Luis Fernando Mifô

08/01/2025 às 17h07 • atualizado em 08/01/2025 às 17h26

“Momento tenebroso da história política brasileira”. Assim o renomado advogado Fabrício Abrantes, da cidade de Sousa, no Sertão da Paraíba, classifica os atos terroristas de 8 de janeiro de 2023, quando milhares de bolsonaristas extremistas invadiram e depredaram a Praça e as sedes dos Três Poderes em Brasília. Hoje, quando a invasão completa dois anos, aconteceu o “Abraço da Democracia”, uma solenidade na Praça dos Três Poderes em defesa da democracia e do fortalecimento das instituições brasileiras.

Os eventos desta quarta-feira (8) incluíram a entrega de 21 obras de arte e peças históricas que haviam sido vandalizadas durante os ataques. Estiveram presentes o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a primeira-dama Janja da Silva, ministros do governo, ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), líderes da Câmara e do Senado (mas nenhum presidente compareceu), militares do alto comando das Forças Armadas e pessoas do povo.

Para o advogado Fabrício Abrantes, que participou ao vivo do programa Olho Vivo da Rede Diário do Sertão, a “jovem” democracia brasileira sofreu duro golpe, mas o país deve “extrair disso uma lição para que nunca mais se repitam atos dessa natureza”.

“É uma situação que nos leva à perplexidade, não só na questão material em si. O prejuízo orça em torno de 30 milhões de reais e deve ser ressarcido por esses malfeitores, essas pessoas desequilibradas que participaram não só do 8 de janeiro, mas desde 2021 que houve um ambiente propício criado para isso. Politicamente, foi se criando para tentar minar as instituições brasileiras”, avalia Fabrício.

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Ataque de bolsonaristas na rampa do Planalto (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Em tese, os atos golpistas de 8 de janeiro foram motivados pela rejeição à vitória do presidente Lula nas eleições de 2022. No entanto, as investigações da Polícia Federal apontam que houve financiamento e organização criminosa para a execução dos ataques, visando golpe de estado.

Até 26 de dezembro de 2024, o STF condenou 310 pessoas por participação nos ataques. Entre os crimes imputados estão associação criminosa, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e danos ao patrimônio público. A maioria dos condenados foi presa no local dos ataques ou em acampamentos instalados em frente a quartéis e com a anuência das Forças Armadas.

A Procuradoria-Geral da República (PGR) firmou acordos de não persecução penal com 71 acusados. Esses acordos preveem medidas alternativas, como serviços comunitários e cursos sobre democracia, para indivíduos considerados de menor envolvimento nos eventos.

“Independentemente de facção político-partidária e de ideologia, nós estamos falando de um país que sofreu muito na ditadura para conquistar a democracia. Vivemos em paz, respeitando as diferenças. Mas essas pessoas foram canalizadas, e ainda faltam os executores, porque ninguém foi para a Praça dos Três Poderes naquele dia com a intenção de conhecer. Houve organização, houve ônibus pagos por certas pessoas, principalmente do Goiás, do Mato Grosso, de São Paulo, que carrearam até Brasília com essa intenção. Houve toda uma programação, não foi nada aleatório”, detalha o advogado Fabrício Abrantes.

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“Abraço da Democracia” relembra dois anos dos ataques de 8 de janeiro (Foto: Saulo Cruz/Agência Senado)

“Sem anistia”

Em meio a gritos de “sem anistia” vindos do público, o presidente Lula, em seu discurso, agradeceu à presença dos comandantes das Forças Armadas, Tomás Paiva (Exército), Marcos Olsen (Marinha) e Carlos Damasceno (Aeronáutica), que foram convencidos pelo ministro da Defesa, José Múcio, a participarem do evento desta quarta.

O ministro Alexandre de Moraes, do STF, responsável pelos inquéritos do 8 de janeiro, foi ovacionado quando seu nome foi anunciado pela mestre de cerimônias. O presidente Lula até brincou com o apelido que Moraes recebeu nas redes sociais.

“Eu, 79 anos de idade, já vivi muito a vida da Suprema Corte brasileira e nunca conheci um ministro da Suprema Corte que tivesse um apelido pelo povo chamado Xandão”, disse o presidente, arrancando risadas do magistrado.

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