Deputado é acusado de vender passagens aéreas
O deputado paraibano Armando Abílio (PTB) foi apontado pelo Jornal O Globo desta sexta-feira (24) como um dos três parlamentares que, assim como o deputado Aníbal Gomes (PMDB-CE), teriam alimentado o mercado paralelo de passagens em Brasília. De acordo com ‘O Globo’ Abílio, Zé Geraldo (PT-PA) e Raymundo Veloso (PMDB-BA), mesmo estando em situação semelhante […]
O deputado paraibano Armando Abílio (PTB) foi apontado pelo Jornal O Globo desta sexta-feira (24) como um dos três parlamentares que, assim como o deputado Aníbal Gomes (PMDB-CE), teriam alimentado o mercado paralelo de passagens em Brasília.
De acordo com ‘O Globo’ Abílio, Zé Geraldo (PT-PA) e Raymundo Veloso (PMDB-BA), mesmo estando em situação semelhante à de Aníbal, há dois dias se recusam a dar explicações.
Aníbal Gomes (PMDB-CE) chegou a revelar que liberou a venda de sua cota para cobrir dívidas com uma operadora que pertence ao irmão de sua assessora.
Os deputados afirmam, porém, que não lucraram com essa operação.
A revenda da cota é ilegal. O Ministério Público suspeita que os bilhetes possam ser revendidos a preço cheio ou até com descontos para clientes que sabem do esquema.
Segundo o MP, as cotas são revendidas ilegalmente a agentes de turismo, com deságio de até 25%. O dinheiro obtido, fruto de uma espécie de “lavagem de passagens”, seria então repartido.
Um fato que indica a semelhança nos casos dos três deputados citados no jornal é a presença de um membro da família Zoghbi em suas listas de passageiros.
João Carlos Zoghbi, ex-diretor do Senado, foi afastado do cargo por conceder indevidamente um apartamento funcional a um de seus filhos, Ricardo Zoghbi.
Ricardo emitiu um bilhete para Paris em fevereiro de 2007 na Infinity Turismo, na cota de Aníbal Gomes. A empresa pertence a Márcio Bessa, irmão de Ana Bessa assessora de Aníbal e responsável por administrar a cota aérea do parlamentar.
Quando a cota estourava, eu antecipava as passagens, e ele ficava devendo. Aí, minha irmã entrou no meio e disse: “Você tem passagem para emitir? Então me passa a lista com os nomes”. Daí, ela emitia os RPAs (requisições de passagens aéreas) no nome dos meus clientes — contou Márcio ao GLOBO.
Márcio afirmou, no entanto, que não lucrou com essa operação, além de sua comissão de 10% com a empresa aérea. Ele disse que Ricardo Zoghbi é seu cliente: — Para o cliente não aparece que passagem é vinculada a uma cota.
Gomes admitiu que há um “erro” na operação e disse que vai fazer um levantamento sobre os 24 trechos internacionais de sua cota revendidos sob o comando de Ana e Márcio Bessa: — Isso não foi feito com minha autorização. Estou pedindo para a agência e o gabinete explicarem. No final do ano faltou passagem, e parece que minha secretária tirou bilhetes, mas depois repôs. Mas é totalmente errado. Reconheço isso.
João Carlos Zoghbi e sua mulher, Denise, viajaram para Madri nas cotas dos deputados Zé Geraldo e Raymundo Veloso, com passagens emitidas em março de 2008. No gabinete do petista, que alega não saber, o responsável por emissões de passagens é Mauri Fiúza, que há dois dias não retorna telefonemas. Zé Geraldo tem dez trechos internacionais para terceiros em sua cota. Raymundo Veloso também não respondeu aos recados.
Fonte: O Globo (24.04)
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