Perto do título, Assunção é um dos seis remanescentes no UFC da primeira edição em Fortaleza
Dos 24 atletas da primeira edição do UFC na capital cearense, em 2013, 18 estão longe da companhia. Um dos "sobreviventes" é Anthony Smith, que disputará cinturão contra Jon Jones
A um passo – na teoria – de disputar o cinturão peso-galo do Ultimate, Raphael Assunção voltará a atuar em Fortaleza, onde esteve na primeira edição do Ultimate na capital cearense, em junho de 2013, no TUF Brasil 2 Finale. O atleta – que lidera o show no dia 2 de fevereiro, contra Marlon Moraes – é um dos seis remanescentes do evento que ainda estão na organização. Os 18 atletas restantes foram demitidos ou tiveram seus contratos encerrados ao longo do tempo.
Raphael Assunção – único da atual edição que atuou no ginásio Paulo Sarasate, seis anos atrás – faz parte do seleto grupo que conta com Fabrício Werdum, Léo Santos, Anthony Smith, Antônio Braga Neto e Mizuto Hirota. Os demais integrantes do TUF Brasil 2 Finale são atletas que já se aposentaram ou estão tentando a sorte em outras organizações.
– É difícil (permanecer no UFC). O esporte é difícil. As pessoas usam energia de toda forma: empolgação, motivos familiares, financeiros, tudo isso se acumula, e é uma carreira bem difícil. (…) Isso mostra o quanto o esporte é competitivo, tem que estar mantendo sempre o ritmo, mantendo o shape, estar sempre em dieta. Às vezes eu dou um “legal” para mim mesmo (por conseguir), e ainda sinto que estou em evolução, apesar de ter 36 anos. Não é para todos os atletas, infelizmente. Às vezes tem uma subida muito rápida, uma caída muito rápida, e se manter não é fácil – diz Assunção sobre o assunto.
O caso que mais chama a atenção é o de Anthony Smith. Finalizado por Antônio Braga Neto no embate de abertura a 1m52s, o americano perdeu por submissão novamente seis meses depois, se despedindo da organização. “Lionheart” retornou em 2016, encaixou vitórias convincentes – dentre elas nocautes contra Rashad Evans e Maurício Shogun -, e será o próximo desafiante ao cinturão de Jon Jones, no UFC 235, em 2 de março, na cidade de Las Vegas (EUA).
Um dos treinadores da segunda temporada do TUF Brasil, Fabrício Werdum encerrou o evento ao finalizar Rodrigo Minotauro na luta principal. O gaúcho viria a conquistar o cinturão do peso-pesado em 2015, e atualmente cumpre suspensão de dois anos do UFC. Ele tenta negociar sua saída para poder atuar no mercado russo.
Sem atuar desde 2016, Léo Santos ficou marcado na final do TUF Brasil 2 ao conquistar o título da temporada após finalizar William Patolino. O campeão mundial de jiu-jítsu, companheiro de José Aldo na academia Nova União, jamais perdeu no UFC: são cinco vitórias e um empate.
Superado por Rodrigo Damm no card preliminar, Mizuto Hirota perdeu o emprego no Ultimate – que ele retomaria dois anos depois. O japonês atuou no UFC Adelaide, em dezembro passado, porém corre risco de demissão ao sofrer o terceiro revés seguido.
Confira as lutas:
Fabrício Werdum x Rodrigo Minotauro – Na revanche do Pride, Werdum deu o troco e finalizou o peso-pesado no segundo round. O gaúcho foi quem teve a trajetória mais bem sucedida deste card, pois se tornaria campeão da categoria dois anos depois ao bater Cain Velásquez. Minotauro, que já estava em fim de carreira, se despediria do esporte dois anos depois, no UFC 190, no Rio de Janeiro, após perder para Stefan Struve.
Léo Santos x William Patolino – integrante da Nova União, Léo Santos finalizou o compatriota no segundo round, faturando o título da segunda temporada do TUF. O campeão mundial de jiu-jítsu ainda pertence ao plantel do UFC, enquanto Patolino findou sua trajetória no evento em 2015, ao amargar dois reveses.
Thiago Silva x Rafael Feijão – às voltas com derrotas e episódios de doping, Thiago Silva espantou a má fase ao nocautear Feijão no primeiro assalto. Ele, no entanto, sairia do UFC no mesmo ano e deu sequência à carreira em eventos como WSOF e ACB. Ex-campeão do Strikeforce, Feijão se manteve até 2016 no Ultimate e, em julho de 2017, atuou pelo WFT, sua última aparição no cage até o momento.
Erick Silva x Jason High – uma das promessas brasileiras à época, Erick Silva finalizou rapidamente High, no primeiro round. O Índio trilhou uma carreira extensa no UFC, mas a derrota para Jordan Mein, em dezembro de 2017, colocou um ponto final na relação. High, por sua vez, vagou por outros shows, como o PFL, onde enfrentou o brasileiro Natan Schulte no ano passado.
Daniel Sarafian x Eddie Mendez – A capital cearense foi palco da primeira vitória de Sarafian no UFC. O promissor atleta, que finalizou Mendez no round inicial, sairia da companhia em baixa, três anos depois, ao sofrer um duro nocaute contra Oluwale Bamgbose. Mendez teve apenas esta chance no evento e, desde 2015, não atua mais no MMA.
Rony Jason x Mike Wilkinson – O campeão do primeiro TUF Brasil finalizou rapidamente Wilkinson (e fez sinal de silêncio após o oponente “dormir”), em sua terceira luta no UFC. Ele sairia do UFC em 2017 – e não atua desde então. O inglês venceu um confronto após o UFC Fortaleza, porém a derrota para Makwan Amirkhani decretou o fim da linha e ele acertou com o ACB.
Raphael Assunção x Vaughan Lee – Atleta do UFC desde 2011, Assunção anotou seu quarto triunfo no evento ao finalizar Lee no segundo round. O recifense, que retorna à cidade na luta principal, suplantou sete adversários na organização, perdendo apenas para TJ Dillashaw. Vaughan Lee está fora do UFC desde 2015 e amarga derrotas em eventos como WFCA e CWFC.
– Foi legal, o Vaughan Lee é um cara menor, né. Eu sabia que eu tinha uma vantagem bem acima no chão. Ele até me cortou, era um cara que é bem arisco ali em pé, mas foi tudo como planejado naquela luta. Só tive um corte. Tenho essa lembrança. Foi uma experiência bem legal. Foi um momento na minha vida que foi inesquecível – lembra Assunção.
Felipe Sertanejo x Godofredo Pepey – Autor da vitória por nocaute técnico contra o finalista do TUF Brasil 1, Sertanejo deixou o Ultimate em junho do ano passado, quando decidiu se aposentar do MMA. Pepey foi dispensado no início de 2018 ao perder para Mirsad Bektic e segue carreira em outras franquias, como o Brave.
Ildemar Marajó x Leandro Buscapé – A luta canarinho, que terminou em vitória por pontos de Marajó, foi a mais monótona desta edição. O paraense ficou no Ultimate até 2015, enquanto o oponente foi ceifado, recebendo nova chance nova chance em 2014 e ficando até 2016.
Rodrigo Damm x Mizuto Hirota – Oriundo do primeiro TUF Brasil, Damm suou para vencer Hirota na decisão dividida. O capixaba se aposentaria do Ultimate com três derrotas seguidas, em 2015. O revés custou o emprego do japonês, que retornou à organização em 2016 e, em dezembro do ano passado, atuou no UFC Adelaide.
Caio Monstro x Karlos Vemola – Azarão no combate, o cearense finalizou o adversário no segundo round e permaneceu no UFC até 2016. O tcheco se despediu da organização em Fortaleza e, desde então, soma 14 vitórias e um revés na carreira.
Antônio Braga Neto x Anthony Smith – O manauara, que finalizou Smith em 1m52s, lutou apenas mais duas vezes no UFC – e perdeu ambas. Smith viria a ser dispensado na luta seguinte, no fim do ano. O americano retornou ao UFC em 2017, demonstrou evolução e irá desafiar Jon Jones em março.
Fonte: Sportv - https://sportv.globo.com/site/combate/noticia/perto-do-titulo-assuncao-e-um-dos-seis-remanescentes-no-ufc-da-primeira-edicao-em-fortaleza.ghtml
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