Brasil x Peru: Coutinho e Jesus podem destronar Neymar da artilharia do ano
Seleção encerra 2016 com disputa pelo posto de goleador. Pela primeira vez, Neymar pode ter alguém à sua frente, e comissão técnica comemora poder de fogo do ataque
2016 termina nesta terça-feira para a seleção brasileira. Ou melhor, nos primeiros minutos de quarta, à 0h15, quando a equipe enfrentará o Peru, em Lima, na última partida do ano. E pode terminar diferente dos últimos anos. Não apenas pelo time empolgante, o técnico ídolo ou a boa perspectiva, mas também com um novo artilheiro.
Pela primeira vez desde que passou a integrar com frequência as listas da Seleção, Neymar pode não encerrar a temporada como seu maior goleador. Esse posto atualmente é de Philippe Coutinho, autor de cinco gols. Neymar está na cola, com quatro, mas a disputa não se resume a eles. O novato Gabriel Jesus, empatado com o craque, também pleiteia o “título”.
A novidade é ótima para o Brasil, que vê diminuírem as perguntas sobre a dependência de Neymar. É evidente que ele continua sendo o melhor e mais importante jogador da equipe, mas a sensação de que há vida – e gols – sem ele é uma das boas notícias para 2017.
O Haiti, adversário mais frágil do Brasil neste ano, tem contribuição importante nessa vitória parcial de Coutinho, que marcou três na goleada por 7 a 1. Os outros dois foram nas eliminatórias, já sob comando de Tite, contra Bolívia e Argentina.
Neymar e Gabriel Jesus, por sua vez, fizeram todos os seus gols no torneio classificatório para a Copa do Mundo de 2018. A comissão técnica comemora o fato. Sabe que a presença de três goleadores, com números reforçados pelas suas campanhas nos clubes (Liverpool, Barcelona e Palmeiras), inibe a marcação de qualquer sistema defensivo.
Desponta um artilheiro
O atacante estreou na seleção em agosto de 2010, ano em que já não tinha como competir com Robinho e Luis Fabiano, atacantes titulares da Copa do Mundo da África do Sul. Em 2011, mesmo com o fracasso na Copa América, se destacou diante de atacantes que não se firmaram. Fred, Jonas, Pato e Damião, entre outros, foram testados. Neymar sobrou.
Da ponta para o meio
A reta final de 2012, quando virou “falso 9” do técnico Mano Menezes, foi decisiva para que ele deixasse Hulk para trás e assumisse a condição de principal artilheiro da temporada. Oscar também começou a se destacar e ganhou a condição de titular. Chama atenção os raros três gols contra marcados a favor da seleção brasileira. Vale lembrar que não contam, nessa lista, os gols marcados na Olimpíada e em seus amistosos preparatórios, apenas aqueles jogos disputados em datas reservadas pela Fifa.
Fred, o grande adversário
A volta de Felipão ao comando, no lugar de Mano, efetivou Fred como camisa 9 e promoveu uma grande batalha entre ele e Neymar pelo posto de goleador do ano. Ambos brilharam no título da Copa das Confederações, cuja artilharia foi arrebatada por Fred. Só que o centroavante praticamente não jogou nos amistosos do segundo semestre, permitindo que Jô, seu reserva imediato, marcasse gols consecutivos, e que o craque, em sua fase de transição do Santos para o Barcelona, ultrapassasse e, pelo terceiro ano consecutivo, terminasse à frente. Foi o ano em que a equipe mais fez gols desde então: 49.
Jogou sozinho?
O ano da Copa do Mundo teve um passeio de Neymar. Ele se destacou antes, durante e depois do torneio. Na segunda parte do ano, depois do fracasso do Brasil no torneio, Dunga assumiu e o atacante desandou a fazer gols: sete em seis jogos. Não houve ninguém que se aproximasse, o que também ajuda a explicar as atuações horrendas contra Alemanha e Holanda, na semifinal e na decisão do terceiro lugar, respectivamente, sem Neymar.
Que dureza…
O pior ano de Neymar em número de gols foi também o pior da seleção brasileira em todas essas últimas temporadas. O atacante teve expulsão e suspensões contra si. A equipe sofreu com eliminações e fiascos. Mesmo com Neymar tendo atuado pouco, ninguém foi capaz de superar seu número de gols. Muitos jogadores (11) marcaram apenas uma vez, o que indica a dificuldade de Dunga em construir uma base para toda a temporada. Foi um ano pobre para o futebol brasileiro.
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