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Veja como ensinar o seu filho a usar o banheiro sem traumas

É hora de se livrar das fraldas!

Por

20/06/2010 às 11h15

Por Yechiel Moises Chencinski, pediatra*

É hora de dar adeus ao xixi na cama quando a criança já tiver aprendido a controlar o cocô. Aí, ela está pronta para usar o banheiro. Importante: a ingestão de líquidos à noite deve ser controlada, no máximo até duas horas antes de deitar, e não se esqueça de levar o filhote para fazer xixi antes de ir para a cama.

No começo, tanto meninas quanto meninos aprendem a urinar sentados. Mas ensinar um menino a urinar em pé é um incentivo para sua identificação com o pai e com outros garotos. Fica mais fácil quando a criança observa e imita outras pessoas do sexo masculino.

De uma forma geral, para ensinar seu filho a usar o banheiro, comece de dia. Leve a criança para urinar a cada três horas, explicando o que vocês foram fazer ali (pode até imitar o barulho do xixi caindo no vaso). O controle diurno pode ocorrer até os três anos de idade e o noturno, até os cinco anos.

Dicas para ambos os sexos

– O controle noturno só deve começar após o controle diurno estar consolidado, a não ser que seja iniciativa da própria criança não querer mais fazer xixi ou cocô à noite.

– Esse controle deve começar ao mesmo tempo em casa e na escola, se possível com a mesma orientação. Assim, converse e conheça a metodologia da escola.

– Acidentes de percurso acontecem e não devem ser criticados, mas orientados. Envie mais roupas para a escolinha para evitar que a criança se sinta constrangida por ter que ficar molhada ou suja na fase inicial desse processo.

– Nessa primeiro momento, para evitar que a criança faça xixi ou cocô em locais inapropriados, a fralda pode ser usada no carro, em transportes em geral e em passeios, por exemplo.

– Somente quando a criança já estiver habituada a urinar no penico, passe a usar o redutor para adaptar o vaso sanitário. Ela deve fazer xixi e cocô sentada, para que aprenda a se equilibrar e a relaxar a musculatura.

– Deixe seu filho no banheiro de dois a três minutos para fazer xixi e até 10 minutos para evacuar. Ajude a criança a jogar a sujeira do penico para o vaso, e depois a dar a descarga.

– Quando as crianças descobrem que podem ter o controle sobre o xixi e sobre o cocô, algumas podem não querer se desfazer de suas “obras”. Assim, mesmo que no início dessa fase sem fraldas elas evacuem somente na fralda, jogue com elas as fezes no vaso, mostrando que aquele é o lugar mais adequado para o cocô.

– É legal mostrar para o seu filho que ele alcançou essa nova fase, mais “avançada”. Peça ajuda para colocar as cuequinhas ou calcinhas que eles vão usar a partir de agora nas gavetas. É importante a participação deles durante todo o processo.

– Muitas vezes, as crianças não querem parar o que estão fazendo (ver um desenho, brincar) e tentam segurar o xixi e o cocô, na maioria das vezes sem sucesso. Fique atenta às expressões corporais que podem indicar vontade de ir ao banheiro, como, por exemplo, mãos nos genitais, crianças apertando as pernas, até “dançando”. Afinal, ao invés de falar, elas podem utilizar o corpo para se comunicar.

– Evite, ao máximo, adiar a eliminação de fezes ou urina. Leve a criança ao banheiro sempre que ela tiver vontade (mesmo que, em algumas dessas vezes, ela não faça nada).

– Acidentes diurnos são normais até os três anos de idade e noturnos, até os cinco anos.

– Algumas crianças podem regredir nesse processo de abandono das fraldas para chamar a atenção, muitas vezes com a chegada de um novo irmãozinho, por exemplo. Aproveite para dar muito amor e carinho a ela, chamando-a para participar do processo de cuidados do irmão, se a criança quiser.

Atenção: o ensino prematuro e forçado do uso do vaso sanitário, imposto à criança antes da hora adequada, pode fazer com que ela perca o interesse e sinta-se culpadas pelo fracasso. As consequências podem ser a enurese, a desistência e até a obstipação intestinal. Se a criança não estabelecer para si própria a meta de aprender a usar o vaso, os esforços dos pais serão sempre vistos como pressão.

Elogiar o amadurecimento e o sucesso de uma criança nesse aspecto e em outras esferas de seu desenvolvimento pode ser uma maneira indireta, porém importante, de lhe dar apoio.

*Dr. Yechiel Moises Chencinski é formado pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, especializado em Pediatria pela Santa Casa de São Paulo e em Homeopatia pelo Centro de Estudos, Pesquisa e Aperfeiçoamento em Homeopatia (CEPAH). Site: www.drmoises.com.br. Twitter: @doutormoises

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