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"Acho que vou me dar bem", diz Tiririca, após tomar posse como deputado

Deputado mais votado no Estado de São Paulo, Francisco Everardo Oliveira Silva, Tiririca (PR-SP), chega para a solenidade de posse na Câmara

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01/02/2011 às 11h43

A cerimônia de posse dos 513 deputados, marcada para as 10h desta terça-feira (1º), teve início com 20 minutos de atraso. Poucos minutos depois, foi divulgada a informação da composição dos blocos partidários.

A cerimônia de posse durou cerca de 50 minutos. O deputado Inocêncio Oliveira conduziu a cerimônia, lendo em ordem alfabética os nomes de todos os deputados eleitos.

Um a um, os eleitos firmarm o compromisso de posse: "Prometo manter, defender e cumprir a Constituição, observar as leis, promover o bem geral do povo brasileiro e sustentar a união, a integridade e a independência do Brasil".

Às 18h, ocorrerá a eleição para presidente da Casa – se lançaram candidatos Marco Maia (PT-RS), atual presidente, e Sandro Mabel (PR-GO). O prazo para inscrição de candidaturas se encerra às 17h.

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Nem Romário, nem Popó, nem as parlamentares musas – calouras ou reeleitas – que tornam menos árida a paisagem dos salões e corredores do Congresso Nacional. Muito menos os principais caciques políticos, alvos preferenciais de repórteres em busca de notícias. Na posse dos novos congressistas, foi ele, Tiririca, o mais assediado pelos próprios deputados, pelos jornalistas, por funcionários da Câmara e pela infinidade de parentes de parlamentares e puxa-sacos profissionais que superlotaram na manhã de hoje as dependências do Senado e da Câmara dos Deputados.

Campeão de votos (mais de 1,3 milhão) e de polêmica nas eleições de 2010, o agora deputado federal Francisco Everardo Oliveira Silva (PR-SP), 45 anos, mais conhecido pelo seu nome artístico, abrigou-se, após a cerimônia de posse, nos fundos do cafezinho da Câmara, esperando a multidão se dispersar para seguir mais ou menos livre de assédio até o seu recém-instalado gabinete. Livrou-se da turba que se concentrava fora do plenário, principalmente no salão verde e suas adjacências, mas não deixou de ser objeto de tietagem ostensiva.

Posou para fotos, distribuindo sorrisos. Também aceitou falar pelo celular com vários eleitores, aos quais mandava lembranças. Simpático e parecendo à vontade, era acompanhado da mulher, Nana Magalhães, e de dois assessores. Ali mesmo, Tiririca deu rápida entrevista, revelando-se otimista quanto ao futuro que a política lhe reserva: “Acho que vou me dar bem aqui”. Ele disse contar com a ajuda de outros deputados para aprender as manhas do ofício parlamentar. Ou, nas suas palavras: “Vamos aprender com a galera toda aí, com os veterano, com os que estão chegando agora. Vamos aprender, se Deus quiser”.

Ao contrário do que ocorreu em sua primeira visita ao Congresso, ainda no ano passado, Tiririca não fez terno novo para a posse. Referiu-se com especial carinho, porém, à gravata, presente do também humorista Tom Cavalcante. E contou que votará logo mais em Marcos Maia (PT-RS) para presidente da Câmara.

Veja os principais trechos da entrevista:

A diplomação foi mais emocionante?

Eu achei mais emoção. Acho que… não sei se é porque é uma coisa…

Por que é o seu primeiro diploma?

É, eu acho que é por isso.

O Lula, quando foi diplomado, declarou isso.

É, eu acho que é por isso. Foi mais emocionante.

O senhor tem projetos já aí para atuação parlamentar?

Temos, nós temos. Está junto com o pessoal do gabinete, dos assessores.

O senhor vai lutar pelo quê?

(“Ele tem que aguardar as comissões”, diz uma assessora)

É. Nós temos que aguardar aí, e vamos ver. Eu tenho certeza que vai dar certo.

O senhor tem alguma prioridade em relação ao que gostaria de fazer como deputado?

Ajudar o povo, mas vamos ver aí o que o partido vai orientar pra gente.

O senhor foi, seguramente, o mais assediado aqui hoje. Esperava isso?

Que bom, né? A gente fica feliz. A gente fica feliz.

O senhor está sendo mais assediado como deputado do que antes, só na carreira artística?

Tá a mesma coisa, tá a mesma coisa.

O senhor acha que, como parlamentar, vai dar para fazer alguma coisa pelo humor?

Com certeza, com certeza…

O quê, por exemplo?

Porque eu vivo disso, né? Eu sou comediante. Eu não larguei a comédia, eu não larguei o humor. Eu vou conciliar.

O senhor vai continuar então na TV?

Com certeza.

Agora, esta Casa aqui é uma casa que tem muita concorrência, né?

Tem. Eu tô chegando agora, eu vou ver.

(Assessores tentam encerrar a entrevista)

Só mais uma coisa. O espaço na Comissão de Educação. Já houve alguma movimentação nesse sentido que o senhor já se manifestou?

Educação e cultura.

Já houve alguma manifestação nesse sentido? O senhor já procurou o partido?

Eles ainda vão fazer reunião ainda, né?

O partido?

É, o partido vai fazer reunião.

Essa é a comissão que o senhor almeja?

É, educação e cultura.

Hoje, o senhor vota em Mabel? Vota em…

Marcos Maia.

Por quê?

Porque o partido está com ele e eu estou com o partido…

(“Gente, obrigada”, afirma assessora, tentando encerrar entrevista)

… Mas o Mabel é um querido

Qual a impressão que o senhor teve aqui da Câmara, da primeira sessão? O que o senhor achou?

Hoje foi que deu pra mim conhecer mais ou menos. A outra vez que eu vim aqui…

Qual a primeira impressão?

Achei legal, acho que vou me dar bem aqui.

O senhor se sente preparado, como é que vai fazer agora?

Vamos aprender com a galera toda aí, com os veterano, com os que estão chegando agora. Vamos aprender, se Deus quiser.

O senhor estava muito ansioso pra posse?

Tava.

Conseguiu dormir?

Se eu te falar, acordei umas quatro vezes à noite, foi complicado.

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Plenário Ulisses Guimarães durante a posse dos
deputados da 54a. Legislatura (Foto: Rodolfo
Stuckert/Agencia Câmara)

Blocos
O bloco da situação, o maior deles, com 253 parlamentares, é formado por PT, PMDB, PP, PSC e PDT.

PSDB e DEM se uniram em um bloco, que soma 93 cadeiras. Já o bloco formado por PTB, PCdoB e PSB possui 71 deputados.

O líder do PTB, deputado Jovair Arantes (GO), afirmou que está tentando negociar para que o PDT saia do bloco da situação e se junte ao formado por PTB, PCdoB e PSB. Isso diminuiria o "blocão" do governo para 227 cadeiras e inflaria o segundo para 97 deputados.

Além desses, também já estão definidos outros dois blocos. Um uniu PR e PHS e outros pequenos partidos, com um total de 42 cadeiras. O outro é formado por PPS e PV, com 26 parlamentares.

Entre os pequenos partidos, há os que que não definiram a que bloco se unirão, por isso ainda pode ocorrer alguma variação nos números – porém não expressiva.
  

G1 com UOL

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