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Cauda de dinossauro com penas preservadas é descoberta por cientista

Peça de âmbar foi encontrada por pesquisador em um mercado de Mianmar, onde era vendido como ornamento. Cauda com penas ficou preservada em resina.

Por Ana Maria

09/12/2016 às 09h49

Durante uma visita a um mercado de Myitkyina, em Mianmar, chamou a atenção do cientista Lida Xing uma peça de âmbar – resina fossilizada proveniente de árvores e outros vegetais – contendo um material peculiar em seu interior.

O objeto, vendido para se tornar parte de uma joia ou ornamento, continha na verdade um pedaço de cauda de dinossauro com penas totalmente preservadas. A conclusão foi possível depois que Xing, pesquisador da Universidade de Geociências da China, convenceu o Instituto de Paleontologia Dexu a comprar a peça para que ela fosse estudada em profundidade.

A identificação do fóssil levou à publicação de um artigo na revista especializada “Current Biology” nesta quinta-feira (8), do qual Xing é o principal autor.
“O novo material preserva uma cauda que consiste em oito vértebras de um espécime jovem; elas são envoltas por penas que estão preservadas em 3D e com detalhes microscópicos”, disse Ryan McKellar, do Museu Real Saskatchewan, no Canadá.

Ilustração representa um pequeno coelurossauro se aproximando de um tronco coberto de resina em uma floresta (Foto: Chung-tat Cheung/Divulgação)

Ilustração representa um pequeno coelurossauro se aproximando de um tronco coberto de resina em uma floresta (Foto: Chung-tat Cheung/Divulgação)

A certeza de que se trata de um dinossauro, e não um pássaro pré-histórico, é que as vértebras não estão fundidas em uma haste. Em vez disso, a cauda é longa e flexível, com penas descendo pelos dois lados.

99 milhões de anos

Os cientistas conseguiram identificar, por meio de tomografia computadorizada e observações com microscópio, que o dinossauro em questão era um terópode que viveu há 99 milhões de anos.

Além disso, uma análise química do material, feita na região em que a cauda atinge a superfície do âmbar, revelou traços de ferro proveniente de hemoglobina também preservada na peça.

“Peças de âmbar preservam pequenos retratos de ecossistemas antigos, mas eles registram detalhes microscópicos, arranjos tridimencionais, e tecidos que são difíceis dde estudar em outro contexto”, disse McKeller.

A partir desse achado, os cientistas pretendem continuar as pesquisas no local para buscar novos exemplares de plumagem e tecidos moles preservados no âmbar.

G1

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