Brasil troca presidentes da República, Câmara e Senado em menos de 100 dias
Em apenas 96 dias, o Brasil passou por mudanças drásticas em sua alta casta do Poder Executivo e do Legislativa.
Em apenas 96 dias, o Brasil passou por mudanças drásticas em sua alta casta do Poder Executivo e do Legislativa. Neste período, o país presenciou a troca de nada menos que três presidentes: a da República, o da Câmara dos Deputados e, por último, o do Senado.
Tudo teve início no dia 31 de agosto, quando Dilma Rousseff foi condenada e afastada definitivamente do Palácio do Planalto. Os três decretos de crédito suplementar assinados pela petista sem permissão legislativa, assim como o repasse de subvenções do Plano Safra ao Banco do Brasil, em desacordo com leis orçamentárias e fiscais, levaram o Senado a concretizar, por 61 votos a 20, seu impeachment, que teve gênese no dia 12 de dezembro de 2015, quando Eduardo Cunha, então presidente da Câmara dos Deputados, aceitou o pedido de afastamento e deu início ao processo.
Por falar em Cunha, 15 dias após a saída de Dilma, no dia 12 de setembro, o deputado federal teve seu mandato cassado por seus pares, sob a acusação de ter mentido na CPI da Petrobras ao negar a posse de contas no exterior. O parlamentar do PMDB estava afastado da presidência da Câmara desde maio, por decisão do STF. Com a perda de seu foro privilegiado, foi aberto o atalho para a sua prisão, ocorrida no dia 19 de outubro, seis dias após se tornar réu na Operação Lava Jato.
Quem também não conseguiu se manter blindado após se tornar réu no Supremo foi Renan Calheiros (PMDB/AL). Na última sexta-feira, o senador teve uma denúncia acolhida pelo STF por 8 votos a 3. Renan é acusado de receber propina da construtora Mendes Júnior, proporcionando emendas parlamentares como moeda de troca à empreiteira. O dinheiro ilícito recebido por Calheiros teria bancado despesas pessoais da jornalista Monica Veloso, com quem o senador mantinha um caso extraconjugal.
Um sábado e um domingo depois, Renan Calheiros foi afastado da presidência do Senado. A decisão, tomada pelo ministro do STF Marco Aurélio Mello, acolhe um pedido feito oficialmente pela Rede Sustentabilidade. Segundo declarações da presidente do tribunal, ministra Carmen Lúcia, a decisão sobre o afastamento do alagoano deve ser julgada definitivamente até esta quarta-feira. Permanece intacto, no entanto, seu mandato parlamentar. Pelo menos por enquanto.
Em 90 anos, apenas cinco presidentes democráticos terminaram mandato
Em 127 anos de República, o Brasil já teve 41 presidentes: 24 eleitos pelo povo e 17 que chegaram ao poder indiretamente. Ou seja, apenas 58,5% dos governantes do país foram escolhidos de forma democrática, enquanto 41,5% assumiram a presidência sem atender a vontade da população.
Nos últimos 90 anos de nossa jovem democracia, apenas cinco presidentes escolhidos pela população conseguiram terminar seu mandato. São eles: Eurico Gaspar Dutra (1946-1951), Juscelino Kubitschek (1956-1961), Fernando Henrique Cardoso (1995-2002), Lula (2003-2010) e Dilma Rousseff, em seu primeiro governo, entre 2011 e 2014.
Neste quase século, há outros 20 presidentes na galeria de governantes do Brasil. Neste grupo, há aqueles que sofreram um golpe de Estado (João Goulart, em 1964), que renunciaram (Jânio Quadros, em 1961; Collor, em 1992), que se suicidaram (Getúlio Vargas, em 1954), que morreram antes de assumir (Tancredo Neves, em 1985), ou que eram vices que se tornaram presidentes pela circunstância.
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