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Sem-tetos invadem conjunto habitacional abandonado em Luís Gomes no RN

Luís Gomes – Uma cena típica de cidades grandes, mas que até então não era comum no município de Luís Gomes, movimentou e deixou os moradores desta cidade admirados com a atitude dos posseiros. Trata-se de uma invasão ocorrida na manhã da última sexta-feira (22), onde cerca de vinte famílias de sem-tetos, do bairro Sol […]

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25/08/2008 às 18h59

src=http://www.luisgomesrn.com/portal/uploads/img48b28ccd31f55.jpgLuís Gomes – Uma cena típica de cidades grandes, mas que até então não era comum no município de Luís Gomes, movimentou e deixou os moradores desta cidade admirados com a atitude dos posseiros.

Trata-se de uma invasão ocorrida na manhã da última sexta-feira (22), onde cerca de vinte famílias de sem-tetos, do bairro Sol Nascente, invadiram um conjunto de casas populares que se encontrava inacabado e abandonado pelos responsáveis da obra há mais de dois anos.

Pense…
O grupo que foi liderado por Galdino Germano, que recebeu o apelido de Juvenal Antena, em menção a um personagem da novela global, Duas Caras, se organizou e invadiu em questão de minutos, diversas unidades populares do conjunto habitacional abandonado.

As construções, que estão todas sem portas, sem banheiro, sem piso e com parte de suas paredes inacabadas, estavam sendo usadas por pessoas que passavam nas proximidades para fazer suas necessidades fisiológicas.

Em uma visita feita ao local, pudemos registrar que os relatos dos posseiros procedem. Vez que, todas as unidades estavam sob uma enorme quantidade de lixo, de fezes humanas, de fezes de animais e de restos de embalagens de preservativos, que segundo Suely Almeida, eram usados por pessoas que faziam das casas pequenos motéis.

Lúcia de Fátima, 46 anos, casada e mãe de quatro filhos, conta que não tinha onde morar e tão pouco condições de pagar aluguel, haja vista, não tem emprego e o marido não pode trabalhar por questão de saúde, lhe restando como única solução, se abrigar debaixo de uma das unidades abandonadas pela construtora. “Não tenho casa e nem dinheiro para pagar aluguel e, para completar, meu esposo não tem condições de trabalhar porque é doente”, disse.

Plano
O mentor do plano de invasão, Galdino Germano, disse que não teve outra opção a não ser a de invadir uma das residências. Ele disse que morava de favor com uma de suas tias, mas por motivo familiar, teve que deixar o lar da tia e procurar um local para colocar sua esposa e seu filho pequeno.

“Não tive escolha, não tenho emprego e nem condições de comprar uma casa ou pagar aluguel. A única coisa que me veio a minha mente, foi me arranchar dentro de uma destas construções abandonadas pela empreiteira”, disse.

Galdino ainda falou da forma em que são doadas as casas, que para ele não está sendo correta. Ele disse que pessoas que têm condições estão sendo contempladas e alugando os imóveis, e pessoas que necessitam não têm direito. “Não acho correto a forma que eles usam para doar as casas. Conheço uma pessoa que em vez de morar na casa que ganhou, fez foi alugar”, acrescentou.

Em contato com Secretário de Obras do município, Lindojonhsom da Silveira Batista, este nos disse que a prefeitura só tomou conhecimento da invasão na manhã do último sábado (23). Ele também nos disse que a responsabilidade de concluir a construção é de uma empreiteira contratada pelo Governo do Estado, sendo de responsabilidade da prefeitura, a realização dos cadastros das pessoas carentes que foram contempladas com as unidades habitacionais.

Uma lista com os nomes das pessoas cadastradas e contempladas com as unidades invadidas, será fixada na prefeitura na manhã desta segunda-feira (25), e só a partir daí, os interessados poderão entrar na justiça com um pedido reintegração de posse.

Já os posseiros, dizem que se forem obrigados pela justiça a desocuparem as residências, irão fazer um grande protesto em praça pública para mostrar a população em que condições se encontravam as unidades invadidas por eles.

Liderança
Em apenas três dias de invasão já dar pra ver a diferença. Os novos moradores estão trabalhando e colocando as portas e as janelas que faltavam nas casas. Aqueles que não têm como arrumar uma porta de madeira, estão se ajeitando com o que tem, como: papelão, grades de cama e plásticos velhos.

Do luisgomesrn.com.br

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