Saúde mental: a direção da vida humana
Por Maria do Carmo – O homem ainda não se adaptou à modernidade a qual exige do mesmo o autoconhecimento a fim de aprender a conviver no universo exterior. Os avanços em todos os aspectos do universo causam sérias consequências emocionais: o estresse, a ansiedade, a depressão e o suicídio porque há ausência na capacidade humana de superar os conflitos e vencer as dificuldades. Estamos na era do conhecimento, a convergência entre a razão, a emoção e a espiritualidade formam um conjunto norteador nas resoluções face a problemática humana e social; tudo faz parte da “vida” e deve ser encarado com coragem, otimismo e esperança.
É preciso se conscientizar de que a responsabilidade da nossa existência está sobre nós, zelar a mesma é obrigação de cada pessoa, convém entender que as tempestades existem para serem desfeitas através da superação. O assunto comum é a crise de ansiedade, um passo para a depressão e ideias suicidas, ao invés de buscar as formas de se livrar destes rumores prejudiciais a condição de vida. Lembrando a máxima do filósofo Sócrates “conhece-te a te mesmo”, praticar a gratidão, o perdão, a humildade, ter uma rotina organizada com movimento de relaxamento podem tornar as pessoas equilibradas emocionalmente, espiritualmente e imunes da depressão: transtorno afetivo nas emoções, é uma diminuição na graduação de um neurotransmissor das sensações de bem-estar, a serotonina que ativa a área do cérebro responsável pelo prazer. Andrew Salomon defende que “o oposto de depressão não é felicidade, mas sim, vitalidade”.
A iniciativa da autoaceitação significa “estar ao seu lado” aceitar e privilegiar seus pontos fortes melhorando os aspectos negativos afinal, ninguém é perfeito isto colabora para a autoestima e não se comparar com os outros porque cada um tem sua maneira de ser. Quando há a percepção das nossas habilidades na priorização das qualidades e correção dos defeitos passa-se a conviver e ter atitudes melhores na vida. Outro aspecto se refere vida planejada, ao mesmo tempo que é confortada, não é determinante, acreditar que o amanhã será melhor qualquer adversidade que venha ocorrer será superada. Aprender a focar no presente, não pensar no que houve no passado nem se preocupar com o futuro, avaliar o seu estado mental em cada momento da vida, perceber se está realmente naquele momento ou vagando em outros pensamentos: concentre-se neste momento agora.
A superação dos aspectos emocionais acontece no campo sentimental através do desenvolvimento da resiliência propiciando capacidade de não temer aos desafios, confiando em si mesmo e descobrindo novas formas de lhe dar com a dificuldade, isto é, a segurança inspiradora no talento de acreditar que algo vai melhorar. A resilência consiste no pensamento e nas atitudes diferentes mediante um acontecimento estressante ou sofrimento sendo enfrentados com tenacidade adaptando-se às mudanças ou resistir à pressão de situações adversas sem entrar em surto psicológico emocional ou físico na tomada de decisão. Já o sentimento da resignação consiste na aceitação e compreensão dos problemas que a vida apresenta, é a condição necessária para a serenização íntima, não obstante de que há situações em que não se pode modificar, mas sim, aceitar. Neste contexto a humildade é uma força que expressa e se materializa na ação da autoconsciência pelo reconhecimento de algo recebido, é uma super-lente alargando a visão minimizando o egoísmo e o orgulho evitando a implosão do estado emocional causando a depressão e o desgosto de viver.
Paralelo a humildade está o perdão, bom para desenvolver a inteligência emocional e único sentimento que concede a liberdade e renovação da vida. As mágoas que alguém provocou são resultados da limitação do entendimento para lidar com o “outro” e até com “ele próprio”; não precisa esquecer o que foi feito, no entanto não sentir raiva, nem rancor e nem revidar. Perdoar nos dar o poder de cura, nos fortalece a lidar com sentimento de dor, frustração em relação ao outro e si mesmo. A culpa sobre algo que consideramos um erro cometido por nós mesmo pode gerar a ideia de perdoar se próprio, o que não é bom, mas sim, criar o propósito de não errar mais: somos passivos de fraquezas e reconhecermosque podemos mudar o nosso comportamento.
A gratidão exerce também importantíssimo papel na saúde mental, este sentimento real constitui a essência da vida de agradecer as benesses que o universo nos oferece e tudo de bom ou ruim, uma vez que o bom servem para o nosso conforto e se multiplicar; e coisas ruins são lições utilizadas na correção das falhas. Nas relações pessoais o ato de agradecer produz sentimentos do amor, fidelidade, amizade, satisfação estimulando no cérebro conexões positivas que ajudam a controlar pensamentos negativos assim como fazer elogios os quais fortalecem o vínculo com o outro minimizando as críticas consigo mesmo e ao outro: é a felicidade povoando a nossa mente.
A meditação é um aprendizado de práticas que acessam estados vivenciados de consciência como um caminho para serenar a mente, facilita o processo do autoconhecimento aliviando de forma consciente o que deseja e o que não deseja e o autocuidado no aprimoramento das relações saudáveis consigo mesmo e com o outro. São técnicas de meditação: saber ouvir o que sente, focar na sua respiração, não se distrair, observar o ambiente onde estar: quais os sons que estão se repercutindo e conseguir escutar seus sons internos ajudando a aumentar o autoconhecimento um dos principais ingredientes de uma psicoterapia promovendo mudanças benéficas na vida.
Outros nortes da psicologia apontam para o autocontrole emocional e cognitivo consistindo em conhecer as emoções e pensamentos através das energias positivas na construção da perseverança, honestidade e entusiasmo modificando o ambiente para um clima agradável no momento de fúria. A prática de atividade física aumenta a produção de endorfina: antidepressivo natural como também recupera a autoestima, melhora a aparência física, promove a paz ao se olhar com o estado de calma. Um hobby também contribui para diminuir o estresse: atividades manuais (crochê, bordado, pintura), leitura, tocar um instrumento, conversar, trocar experiências ajudam a ver os problemas por outra ótica e superá-los. E nos casos em que a pessoa sozinha não consegue suportar os conflitos emocionais recorrer à terapia: técnicas direcionadas por profissionais qualificados.
Cuidar da saúde mental é zelar uma das principais instâncias desta máquina humana para o funcionamento harmonioso entre corpo e mente maximizando o tempo de viver. Diz Sidarta Gautama: “somos o que pensamos. Tudo que somos surge com os nossos pensamentos, com os nossos pensamentos fazemos o nosso mundo”; adiantando também o que Freud reforça “a felicidade é um problema individual. Aqui nenhum conselho é válido. Cada um deve procurar por si tornar-se feliz.
Professora Maria do Carmo de Santana
Cajazeiras, 29 de Setembro de 2023
Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Sistema Diário de Comunicação.
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