Sacanagem em nome da ética?
Por Francisco Frassales Cartaxo – Acompanhado pela internet as coisas de Cajazeiras. Gozo as delícias de ver imagens em vídeos, captadas por clones, que realçam o quanto a cidade cresce em todas as direções, inclusive com edifícios ganhando altura. Isso reforça a emoção de contemplá-la do céu, ao chegar e sair pelo avião da Azul Conecta. Neste caso, com mais amplitude, aprecio a região do Piranhas. Que maravilha!
Muitas coisas me alegram.
O crescimento acelerado da cidade, algumas intervenções urbanas tópicas, embora sem planejamento que projete nosso futuro. Há melhoria no padrão de vida, na oferta de serviços de saúde; já consolidado o polo educacional, o comércio em expansão. A sociedade civil organizada está viva como marca forte de Cajazeiras no cenário paraibano. Outra coisa. Cresce a mídia eletrônica cajazeirense. Ao lado do resistente semanário Gazeta do Alto Piranhas, firmam-se televisões online, sites e blogs de notícia, preservando nossa memória histórica. Tudo é motivo de orgulho cajazeirense, incensado por justas homenagens a figuras de sólida formação ética, a exemplo de recentes loas ao saudoso jornalista Antônio de Souza e ao abnegado padre Gervásio Queiroga.
Nem tudo são flores.
Esse cenário é turvado pelo “cipoal de obscurantismo que se formou em nossa edilidade”, no tiro certeiro de Saulo Péricles Pires, Pepé – o doido mais lúcido que melhor enxerga, ao de manifestar como “cidadão partícipe do nosso processo democrático”. O “cipoal” esconde a violência nunca vista, a presença do crime organizado com seus tentáculos dominadores, disfarçados, misteriosos.
Mas isso não é em todo o Brasil!
Quem não sabe, leitor amigo? Minha estranheza tem outra natureza. Passa pelo descaso com problemas estruturais concretos: o ordenamento planejado da expansão urbana; o tratamento correto e urgente do manancial de riqueza ambiental, econômica, social que é o Açude Grande, tal qual o potencial expresso nos bens escondidos na cultura popular. Mas isso causa bocejo aos que carregam uma urna na cabeça. Por isso, é escandalosa a ausência de debate sério acerca de temas desse tipo. Até parece que voto e bem-estar da população são faces de moedas diferentes, tal a preferência por picuinhas pessoais, vestidas de falsa moralidade.
À distância, vejo o sujo falar do mal lavado. Sujos e mal lavados que ontem se banhavam na água fétida! Cajazeiras não merece isso! E o pior. Agora surgem cavaleiros que mudam de lado e, de cara lavada, sem tremer a voz justificam-se em nome da ética!
Em nome de quê?
O autor é um velho de 85 anos que ama Cajazeiras
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