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Radomécio Leite

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Processo sucessório: sexto ato

07/03/2008 às 19h19

Na semana que passou aconteceu uma reunião, na Escola Técnica Federal, tendo como pano de fundo a Feira de Automação, entre o deputado estadual Jeová Campos (PT), vereadores Severino Dantas (PT) e Chagas Amaro (PMDB) e o médico Léo Abreu (PSB).

Os quatro participantes deram pouco “valor” a esta “simples” reunião, mas do ponto de vista do caminhar do processo sucessório no município de Cajazeiras, esta reunião pode ter uma conotação toda especial e de uma transcendência muito grande no seio da oposição.

É do conhecimento da população que o deputado Jeová Campos vem sendo arredio em declarar publicamente o seu apoio ao nome de Léo Abreu como seu candidato a prefeito de Cajazeiras, por razões que podem, a partir desta reunião, ficarem mais explicitas e mais evidentes. O nó que Jeová deseja desatar é com relação às eleições de 2010.

Em 2010 serão realizadas as eleições para deputado estadual e federal e Jeová quer condicionar o seu apoio a uma declaração pública do médico Léo Abreu e de seu pai, o também médico Antonio Vituriano de Abreu, que imaginamos nunca ter abandonado o sonho de voltar a Assembléia Legislativa do Estado ou mesmo a Câmara Federal como desejou e até se lançou como postulante, na última eleição. Ambos deverão declarar que não são candidatos a cargos eletivos. Pode existir, do ponto de vista político, coisa mais simples?

Ao dizer ambos, Jeová trabalha também com a hipótese de uma não vitória de Léo a prefeitura de Cajazeiras. Mas Jeová vislumbra e deseja “tomar” a prefeitura da cidade e Léo sendo eleito aumentaria a sua chance de ser candidato a deputado federal, que por diversas vezes declarou que não se sente confortável com o mandato de deputado estadual, devido às poucas possibilidades de apresentar uma ação parlamentar mais significativa e pujante para o seu eleitorado.

O que realmente Jeová deseja em troca de seu apoio a candidatura de Léo é um compromisso público dele e do pai de que não serão candidatos na futura eleição.

Um fato histórico, do ponto de vista do historiador, jamais se repete. O tempo e o espaço são características inerentes e indissociáveis do fato, mas num passado não tão distante e envolvendo inclusive um dos participantes do atualmomento político no processo sucessório de Cajazeiras, o médico e então prefeito, em 1990, Antonio Vituriano de Abreu, quando diante do caudal da mudança no quadro partidário da Paraíba, quando Tarcisio de Miranda Buriti rompeu com o PMDB e se filiou ao PRN de Collor de Melo, terminou por atingir as estruturas partidárias de toda Paraíba, incluindo Cajazeiras, fato que levou Antonio Vituriano, por “imposição” de Buriti lançar um candidato a deputado estadual pelo seu partido e o nome escolhido foi o do médico e tio de Vituriano, João Pessoa de Sousa. Todos os compromissos, assumidos antes por Vituriano, agora filiado ao PRN, com o novo quadro partidário, foram desfeitos. Outros tempos, outros espaços.

O mais importante fato desta semana foi o recado dado as principais lideranças das oposições pelo deputado Jeová: “quero compromissos”, além de ficar claro que o comando da campanha tem que ser dele. Fato que alguns membros das oposições defendem, porque além de ser portador de um mandato eletivo de relevância, teve uma votação expressiva no eleitorado de Cajazeiras. Na reunião deu ainda outro recado: o candidato à vice não se discute agora, fica para o futuro e abriu até uma “brecha”, quando disse que pode até “puxar” um membro da “situação” para se compor.

Vale lembrar que Jeová tem paciência de pescador: põe a isca no anzol e fica aguardando o “peixe” fisgar. E nesta “simples reunião” não fez outra coisa: colocou a isca no anzol. Pode aguardar que vem peixe grande por aí para as brasas de Jeová.


Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Sistema Diário de Comunicação.

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