Processo eleitoral em Cajazeiras II

Coluna de José Antônio

A História Política de Cajazeiras é rica em detalhes e sutilezas que aos poucos vem sendo “desvendada”, principalmente com os documentos “achados” e as pesquisas que vêm sendo realizadas por membros da Academia Cajazeirense de Artes e Letras.

Desde os primórdios, duas forças políticas se revezavam no poder, e historicamente, nenhuma terceira força prosperou. Nos atuais dias poderíamos afirmar que a cidade teoricamente possuiu três grupos: o de Carlos Antonio, cujo nascimento foi proporcionado por Epitácio Leite, ao renunciar ao direito de concorrer a reeleição, o lado do prefeito Zé Aldemir, que fazia parte do grupo de Carlos Antonio e abriu uma dissidência nas últimas eleições para prefeito, iniciou um caminho próprio e o grupo do deputado estadual Jeová Campos, que já está no seu segundo mandato.

Estas três forças políticas, a principio, poderá ter cada um seu candidato a prefeito: Carlos Antonio já vem trabalhando o nome de Carlos Filho, o prefeito Zé Aldemir é candidato de si próprio e Jeová defende o nome do vereador Marcos Barros ou o do seu irmão Marquinhos Campos.

A tendência seria a união de Jeová Campos ao grupo de Carlos ou ao de Zé Aldemir. Mas as conversas dos bastidores, os encontros de Jeová Campos com Zé Aldemir e os vereadores aliados de Jeová que votam e defendem as ações administrativas do prefeito Zé Aldemir, levam a crer que esta aliança seria entre Jeová e Zé Aldemir.

Vários ensaios estão sendo feitos em torno de outros nomes para a disputa da prefeitura de Cajazeiras: o Partido dos Trabalhadores está se recompondo e a eleição do seu diretório, realizada recentemente, teria sido já com o intuito de apresentar como bandeira principal a participação das eleições municipais, se unindo a uma “frente de esquerda”, para disputar a prefeitura da cidade. O PT já disputou outras vezes, mas com resultados pífios em termos de votos.

Um grupo de empresários da cidade tem buscado um nome que pudesse ter cheiro de povo, muito dinheiro e que tivesse coragem de competir, apresentando ao povo a possibilidade de um novo estilo de governar. Reuniões já foram realizadas e alguns nomes foram ventilados e divulgados, mas tiveram pouca repercussão. Não é proibido sonhar.

Temos ainda outro nome, o do sapateiro Antonio Gobira, que foi candidato nas últimas eleições, mas para quem tinha tirado quase vinte mil votos, em Cajazeiras, na sua empreitada de ser deputado federal, na disputa para sentar na cadeira de prefeito, não obteve 10% dos votos que tirou na eleição de deputado. Está em campanha pra ser prefeito de Cajazeiras e sua plataforma e propaganda no momento é a de fazer vídeos para postar nas redes sociais, mostrando os buracos das ruas e nas estradas do município. Avança com o slogan: “Meu nome é Gobira”.

Os seguidores e eleitores do presidente Bolsonaro, que formam o diretório do PSL, estariam também se articulando para lançar um candidato a prefeito, tendo como plataforma os mesmos princípios e ideais que levaram Bolsonaro a se eleger presidente da República. Existe uma pretensão do diretório estadual em lançar candidatos a prefeito e vereador em todas as principais cidades do estado da Paraíba. Poderia até não eleger ninguém, mas teria uma oportunidade de fazer uma boa propaganda do governo federal.

Possivelmente, ainda não será nesta disputa pela cadeira de prefeito, em 2020, que uma terceira força possa conquistá-la.

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José Antonio

Professor Universitário, Diretor Presidente do Sistema Alto Piranhas de Comunicação e Presidente da Associação Comercial de Cajazeiras.

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