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Adjamilton Pereira

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Pensando o São João

06/06/2011 às 09h49

Chegou mês de junho. Um cheiro de fogueira, forró e quadrilhas impregna o ar do Nordeste. A mais tradicional festa da região se equilibra entre a tradição dos forrós pés de serra, em vertiginoso ritmo de extinção, e as festas urbanas, com seus sons elétricos e estilizados entre sertanejos e bandas pausterizadas. Festas que, organizadas por administrações públicas, revelam-se vitrines de promoção política e ringue de disputas entre forças políticas que descobriram o rico filão das grandes festas populares e das atrações televisivas que arrebanham multidões e angariam simpatias. Exemplo marcante é a “minguada” programação do Xamegão em Cajazeiras e as críticas aguerridas que ela suscitou em variados ambientes.

Com a transição do governo municipal, motivada pela inusitada renuncia do prefeito Leo Abreu, a programação do Xamegão reflete as indecisões e indefinições que marcam a administração municipal neste momento. Com o propósito de equilibrar gastos e reduzir despesas se anuncia atrações locais e sem grande projeção nacional. E encurta-se o período de duração da festa.

Talvez o momento de redefinição e rearranjo do governo municipal seja propício para se refletir sobre a configuração, natureza e forma de funcionamento do Xamegão. Será que o modelo que deu certo em cidades como Campina Grande e Caruaru seja espelho para todas as localidades? Será que grandes atrações de dimensão nacional e talentos que estão em evidência na temporada é garantia de sucesso para a festa? Como articular investimentos públicos e recursos da iniciativa privada na promoção da festa?

Essas questões podem ser o mote para dar o pontapé inicial num amplo processo de discussão sobre o que fazer dos chamados eventos festivos da cidade. Eventos que, indiscutivelmente, atraem turistas de várias partes do país, mas que não descobriram ainda as alternativas para se sustentarem sem os percalços e atropelos que, a cada ano, suscitam apaixonadas discussões, perfilam debates diversos e, num tom apocalíptico, antecipam o fim ou, no mínimo, a derrocada das festas.

No clima do São João uma sugestão, apenas e somente, a título de sugestão: porque não pensar numa alternativa que traga um diferencial, que imprima a nossa festa junina uma marca que lhe seja peculiar e que, por isso mesmo, seja aglutinador de atenções e de interesses. Quem sabe fazer uma festa onde a marca principal seja a valorização das tradições e dos ritmos e ritos que marcaram os festejos juninos ao longo dos anos. Ao invés de grandes talentos de mídia momentânea, os forrós pés de serra, as quadrilhas, os concursos para escolha de melhores dançarinos de forró. É apenas uma proposta.
 

Adjamilton Pereira

Adjamilton Pereira

Adjamilton Pereira é Jornalista e Advogado, natural de Cajazeiras, com passagens pelos Jornais O Norte e Correio da Paraíba, também com atuação marcante no rádio, onde por mais de cinco anos, apresentou o Programa Boca Quente, da Difusora Rádio Cajazeiras, além de ter exercido a função de Secretário de Comunicação da Prefeitura de Cajazeiras.

Contato: [email protected]

Adjamilton Pereira

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Adjamilton Pereira é Jornalista e Advogado, natural de Cajazeiras, com passagens pelos Jornais O Norte e Correio da Paraíba, também com atuação marcante no rádio, onde por mais de cinco anos, apresentou o Programa Boca Quente, da Difusora Rádio Cajazeiras, além de ter exercido a função de Secretário de Comunicação da Prefeitura de Cajazeiras.

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