Parque de Exposição de Animais não pode morrer em CZ
A cidade de Cajazeiras tem que por fim, definitivamente, de ser chamada a “cidade do já teve”. Escrevi no ano de 1972, no Correio do Sertão, jornal que circulou em Cajazeiras, uma série artigos fazendo criticas aos gestores de então e do passado que não lutaram bravamente para que a cidade não perdesse órgãos estaduais e federais e que não fossem destruídos prédios históricos que foram conquistados/construídos depois de muitas lutas e do trabalho do seu povo.
Na época, o gestor municipal não ficou satisfeito com o que eu escrevi e fez de tudo para fechar o jornal, que também fazia outras críticas à sua administração.
E a cidade continua perdendo órgãos: Junta do Trabalho, Receita Federal, Ministério do Trabalho, que fechará em breve, e a bola da vez é o Parque de Exposição de Animais Antonio Cartaxo Rolim, um espaço construído e inaugurado pelo filho da terra: Ivan Bichara Sobreira, no dia 19 de agosto de 1977, dentro das festividades alusivas à Emancipação Política de Cajazeiras.
Desde então a cidade sediava as suas famosas e históricas feiras de animais para alegria dos produtores de toda a região, com os bancos financiando centenas de cabeças de ovinos e caprinos. O dinheiro corria solto.
Estamos vivenciando sete seguidos anos de seca, mas o Parque não perdeu sua função: foi ali, que em sete anos do governo de Ricardo Coutinho, que milhares de quilos de ração eram distribuídos, a preços subsidiados, aos criadores da região, além de nunca ter deixado de ser um ponto de encontro daqueles que negociam gados leiteiros e porcos. Só os cegos não sabem que isto vinha ocorrendo.
Sinceramente me doem a alma e o coração quando vejo acontecer um fato desta natureza em Cajazeiras, principalmente para quem conhece de perto a história da conquista daquele espaço, que foi adquirido pelo prefeito da época, Antonio Quirino de Moura, em janeiro de 1976 e em abril estava nas mãos da prefeitura a escritura do terreno de 33 tarefas, o equivalente a 10 hectares.
O prefeito Quirino deu inicio ao desmatamento do terreno, mas o próprio governador Ivan achou por bem mandar a SUPLAN realizar os serviços, sob o comando do Engenheiro Paulo Souto, que namorava uma cajazeirense, que veio a ser sua esposa, que era filha de Antonio Rolim Cartaxo, que foi o nome dado ao Parque de Exposição, numa justa homenagem a um dos grandes filhos desta terra. Antonio Cartaxo era filho do Coronel Sabino e neto de Antonio Joaquim do Couto Cartaxo, cajazeirense, que depois de Padre Rolim foi o personagem mais ilustre do século passado, que muito engrandece a história de Cajazeiras.
Como esquecer, desmerecer e apagar da nossa memória este fato?
A inauguração do Parque foi na gestão do prefeito Francisco Matias Rolim, no seu primeiro ano de mandato. Esta obra é um dos símbolos maiores do amor de Ivan Bichara, enquanto governador da Paraíba, para com sua amada Cajazeiras.
Na época, nos intestinos do governo de Ivan, houve uma divergência com relação à criação do parque de exposição, sendo José Costa de Oliveira, presidente do FIPLAN, Fundação Planejamento da Paraíba que se opôs a ideia de Humberto Manoel de Freitas, que era o secretário de agricultura do estado, mas sob os olhares atentos de Francisco Sales Cartaxo, cajazeirense que ocupava a secretaria de planejamento conseguiu quebrar as arestas antes mesmo de chegar aos ouvidos de Ivan Bichara. E o parque foi criado.
Basta o que fizeram recentemente com a memória de um cajazeirense que se doou integralmente à causa da educação e a única homenagem que fizeram pra ele foi dar o nome a um Centro de Ensino Supletivo Monsenhor Vicente Freitas: fecharam a escola e a transformaram numa delegacia de polícia.
Cajazeiras tem sido muito ingrata e tem sepultado muito bem seus grandes filhos, os filhos da terra, de raiz e de amor telúrico nos cemitérios do esquecimento. Não façamos isto com Antonio Cartaxo Rolim.
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