O pobre de Direita e o playboy de Esquerda

Por: Saulo Pericles Brocos Pires Ferreira – Para os que têm a paciência de ler o que eu escrevo. Li recentemente um livro do Professor Jessé de Souza, muito prestigiado pelas várias tendências de esquerda (como também de direita) de nosso país, que se tem ele enfoca “o pobre de direita”, aquele que insatisfeito com sua situação, termina votando em seus algozes, e espera que com seu esforço pessoal consiga o desejo de consumo de todo pobre: sair da pobreza individualmente por esforço próprio. Isso é uma falácia que é jogada pelos sites direitistas todos os dia e hora, citando por exemplo o caso de Silvio Santos que de camelô, chegou a ser dono de uma rede de emissoras de TVs. Seria o caso de se fazer a pergunta óbvia: quantos camelôs chegaram a serem donos de redes de TV? Resposta: somente ele. A imensa maioria, morreu como camelô, ou teve muito menos êxito. Se tira a exceção das exceções como sendo a regra.
O grande problema é que o grosso de nossa população é ignorante e que vive trabalhando intensamente para se sustentar, e em grandes jornadas, não lhe resta tempo para se aprofundar em discussões e teses mais elaboradas. E no nosso país ainda temos o fato dessas comunidades periféricas existir o crime organizado, que muitas vezes, na hora de uma precisão, na falta do estado, chega junto com alguma ajuda. Do outro lado temos os auto intitulados progressistas, que em muitos casos, ou na grande maioria deles, vivem distanciados dessas periferias, encapsulado em uma espécie de bolha Pseudo intelectual, escondidos em suas sinecuras, sejam de uma universidade ou de qualquer outra fonte, discutindo entre si temas que não tem a menor importância para o povo que vive em jornada extremamente cansativas de trabalho, tais como se defender a ecologia, ou esses temas da defesa das minorias, tipo LGBTQ+, o que afeta apenas algo entre 5 e 10% da população, enquanto a comida tem um aumento que precisa ser explicado, mas essa elite fica isolada do povão.
Algumas vozes, até de setores improváveis se levantam sobre essa situação, e nesse tempo, os setores mais obscurantistas da extrema Direita, continuam sua pregação nas redes sociais, igrejas (tanto católicas quanto evangélicas), e fazendo uma doutrinação constante entre o público que eles querem alcançar. E pouco a pouco vão invadindo corações e mentes. Agora apesar de nossos quadros auto denominados de “progressistas” acharem que são detentores da verdade, a verdade é que eles ficam como recentemente ouvi por um blogueiro chamado Paulo galo (o “galo de luta”), dizendo que o grande problema é na realidade o “playboy de esquerda”, que ao invés de ir para as periferias dizer ao povo as coisas da realidade, ficam fechados na sua bolha convencendo uns aos outros. Praticando uma estratégia suicida. Bolsonaro pode ser incompetente, mas quem o colocou lá certamente não é. E isso as esquerdas tem menos de dois anos para mudar o quadro. Para chegar de alguma forma nas periferias e convencer o povão que o país está sendo bem governado, senão a derrota será nas próximas eleições.
É sair de seus confortos e ir onde o povo está e dizer o que o povo quer ouvir. Já perdemos tempo demais. Como o Brasil está dividido, os chamados “progressistas” já tinham que deixar de propagar esses temas que nada fazem mais do que “levantar a bola” para a extrema Direita chutar, e ocupar os espaços possíveis de uma forma e com uma linguagem e temas que o povo aceite e entenda. Quem trabalhou o dia todo, quer botar comida na mesa, não ficar ouvindo sobre liberdades democráticas e direitos de minorias.
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Ele pode preferir cair na conversa da meritocracia, ou na teologia da prosperidade, muito mais ao alcance de seu conhecimento.
Agora as pessoas que deveriam fazer isso, ficam nas suas zonas de conforto e a discutir temas que não fazem o menor sentido para o cidadão comum, que é quem vai decidir as eleições. No México, o ex-presidente Lopez Obrador, todos os dias tinha um espaço pelo qual falava com seus governados e prestava contas de suas obras. Assim, manteve seus seguidores sabendo de suas obras e conquistas. Manteve a militância ativa e engajada em eleger sua sucessora, a atual presidente Cláudia Sheinbaun, e com cacife para nesse momento difícil, poder, pelo menos até agora, enfrentar novo e hostil presidente Donald Trump, e suas ameaças de impor tarifas para os produtos mexicanos. Coisa semelhante não acontece aqui, pois apesar de sabermos que o Brasil está dividido ao meio, e que existe uma imprensa e um congresso hostil ao presidente Lula, os militantes de do campo chamado ”progressista”, vivem acomodados em suas sinecuras e não onde deveriam estar: nas ruas, convencendo a nossa população pobre de que o Brasil está melhor governado agora do que era pelo ex capitão golpista e inelegível.
A esses o colunista Paulo Galo nomeou de “playboys de esquerda”, e eu acho que pelo menos em parte, ele tem razão.
Quando esse povo acordar para a realidade, pode, se é que já não seja, tarde demais.
E Lula vai perder sua reeleição. E vamos mergulhar no caos que a Matriz está imersa, na minha opinião.
Cajazeiras, 02 de abril de 2025.
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