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Adjamilton Pereira

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O fantasma das drogas

12/04/2011 às 19h21

A informação merece credibilidade. Uma autoridade judiciária reconhece publicamente que a cidade de Cajazeiras é um grande pólo de comercialização de drogas como cocaína, maconha e craque. A denúncia assume uma dimensão assustadora quando complementada com os dados que informam ser os grandes traficantes pessoas bem conceituadas na cidade que, sob a máscara da respeitabilidade, comercializam drogas e amealham patrimônio.

Ora, a novidade não está no fato em si. Todos sabem como, nas últimas décadas, cresce, em ritmo alucinante, o comercio de drogas na cidade. Como, cotidianamente, em nossas periferias, pontos de comercialização de drogas são instalados, funcionando como importante campo de trabalho para muitas pessoas. Mas grave ainda, e que é do conhecimento geral, e sem nenhuma novidade, é que muitos dos consumidores da droga são pessoas ditas da “sociedade” que compram a mercadoria e alimenta um comércio não apenas de drogas, mas de armas, além de estimular a prostituição, incentivar o consumo e aumentar o número cada vez mais crescente de dependentes.

Dependentes que, no vigor de sua juventude, se anulam pelo feito devastador de drogas como o craque, uma mistura explosiva de cocaína e outros ingredientes e que gera uma dependência rápida, uma avassaladora destruição física e moral e um aniquilamento de padrões e valores considerados como aceitáveis e recomendáveis para um civilizado convívio social. Além do mais, a dependência das drogas desestrutura famílias, fragiliza laços de convivência social e leva a bancarrota não apenas seus usuários, mas todos que com eles convivem e, em muitas situações, são afligidos pela impotência diante da fúria de uma substância que ofusca o bom senso, destrói as fronteiras da racionalidade e da emotividade e instaura a situação de pânico e medo.

A droga que, a revelia e ante a impotência da autoridade policial de empreender ações mais eficazes de combate ao seu tráfico e comércio, também é aliada da precariedade das condições econômicas e sociais de parcela significativa da população que, sobrevivendo minimamente nas periferias urbanas, encontra no comércio ilegal uma opção de trabalho. Não apenas opção de trabalho, mas o consumo da droga leva esses trabalhadores a serem também importantes consumidores, alimentando uma perniciosa cadeia que enriquece alguns que, em carros luxuosos, travestem-se de homens de bem e goza da respeitabilidade social.

E nesse compasso a droga hoje mais comum em nossas cidades, o craque, vem aliciado para seu mundo destruidor, um contingente de jovens e crianças que, no esplendor de suas vidas, tem a visão turvada pela dependência perniciosa que funciona como um caminho promissor para a marginalidade, o crime, a violência.

O reconhecimento, por parte da autoridade judiciária, da insustentável situação das drogas na cidade de Cajazeiras sinaliza um alerta de que medidas urgentes e eficazes carecem de urgência em sua adoção quando ainda resta um fio de possibilidade de reversão. Talvez amanhã seja apenas lamento.
 


Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Sistema Diário de Comunicação.

Adjamilton Pereira

Adjamilton Pereira

Adjamilton Pereira é Jornalista e Advogado, natural de Cajazeiras, com passagens pelos Jornais O Norte e Correio da Paraíba, também com atuação marcante no rádio, onde por mais de cinco anos, apresentou o Programa Boca Quente, da Difusora Rádio Cajazeiras, além de ter exercido a função de Secretário de Comunicação da Prefeitura de Cajazeiras.

Contato: [email protected]

Adjamilton Pereira

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Adjamilton Pereira é Jornalista e Advogado, natural de Cajazeiras, com passagens pelos Jornais O Norte e Correio da Paraíba, também com atuação marcante no rádio, onde por mais de cinco anos, apresentou o Programa Boca Quente, da Difusora Rádio Cajazeiras, além de ter exercido a função de Secretário de Comunicação da Prefeitura de Cajazeiras.

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