O almejar do Natal no terceiro milênio
Por Maria do Carmo
O Natal recorda o nascimento de Jesus, “a vinda do Mestre Incomparável” ao convívio dos homens. Há milhões de anos o marco do cristianismo aconteceu no mundo, contudo a humanidade ainda não conseguiu o grau de evolução, na compreensão da mensagem proclamada pelos evangelistas, continuadores da lição de Jesus Cristo. Mediante a realidade conturbada e contraditória, o verdadeiro sentido do Natal prevalece na dicotomia: “Natal de Jesus ou Natal com Jesus”?
A época natalina traz a beleza encantadora com luxuosas ornamentações coloridas, ofuscantes e iluminadas; cânticos, musicais de sonoridade envolventes, crônicas, poemas, peças oratórias, criações cenográficas, textos radiofônicos carregados de metáforas emocionantes, imagens e mensagens na TV, nas redes sociais, cartões expressando saudações de amizades, e mesas servidas de guloseimas. No “Natal de Jesus” acontece o modismo e a mesmice, são as festas à moda dos estilos materialistas satisfazendo o consumismo, ficando na superficialidade o verdadeiro significado do “Natal”, enquanto que o espírito de muitos cristãos continua às escuras, resultando na violência, perversidade, injustiças e todas as mazelas morais.
A ampla significação do “Natal com Jesus” na sua essência, é a reflexão do nascimento de uma criança com a futura missão de salvação e remissão do mundo. A chegada do “Messias Prometido” era divulgada pelas antigas profecias, uma vez feito Homem, através de seus ensinamentos do amor, do perdão e da justiça seria libertação de um povo sofrido nas trevas da ignorância, escravos de imperadores de visão distorcida e cruel na aplicação de leis injustas e desumanas. No entanto, a notícia do nascimento do “Salvador do Mundo” foi causa de incômodo aos detentores do poder da época, se iniciando as perseguições a Cristo desde sua da fase de criança, adolescência, vida adulta e seu martírio terminando com a crucificação no Calvário.
O “Natal com Jesus” tem na hospedagem o despertar nas criaturas para a espiritualidade, acendendo a chama íntima para a renovação interior com o exame de consciência crescendo, renascendo com o Divino e caminhando com Ele. As luzes do Natal simbolizam o aprendizado dos ensinamentos do Filho de Deus a serem interiorizados pelos cristãos para a senda espiritual e consequentemente exteriorizado na vivência fraterna. A humildade é a educação do Homem no cultivo dos ditames cristãos, na correção dos erros praticados revivendo e avançando no campo moral, seguindo as lições do amor divino iniciado na manjedoura e na humilde casa de Nazaré.
A outra lanterna norteadora do viver o “Natal com Jesus” é a caridade moral com o próximo no respeito a sua individualidade, a paciência ao ouvir as queixas e sugerir caminhos nos problemas, seja na resolução deles ou ensiná-lo a conviver com os mesmos. A instrução na conscientização de reivindicações por direitos igualitários na construção de uma sociedade mais fraterna e toda atenção com àqueles que estão abaixo da linha da pobreza, mantendo a esperança de que não estão abandonados e neles se encontra Jesus que nos espera, nos procura constantemente. A doação de alimentos, roupas, calçados, agasalhos constitui a caridade material, são nestas ações que se encerram a grande máxima expandida no mundo inteiro: “Amai ao próximo como a ti mesmo”.
O “Natal com Jesus” é munir-se de benevolência e indulgência ao relevar as fraquezas dos nossos irmãos, conter o nosso próprio orgulho reconhecendo as falhas e se permitir à correção das mesmas, se libertando da inveja, da falsidade, da ambição e do egoísmo, estas atitudes trazem a reconstrução espiritual e são virtudes cristãs agradando a Deus. Que a palavra “paz” não seja apenas enfeites” nos discursos, mas externadas com propósitos de mudanças, num novo projeto de vida pautado do amor cuja raiz é a pacificação nas famílias, nas comunidades e na sociedade carentes de fraternidade. Os três sábios do Oriente, Baltazar, Melchior e Gaspar sabiam que a estrela os guiavam para visitar uma criança especial, porque eles tinham “olhos de ver” assim; construiremos também em cada um de nós, “os olhos de ver” através do despertar na percepção dos valores espirituais na linha cristã.
As orientações de Jesus são sintetizadas no amor, na solidariedade, no perdão e na justiça devendo ser executado na vivência onde se encontra as forças geratrizes de transformação. O Homem é criação de Deus dotado de inteligência e livre arbítrio, obra de educação intelecto-moral; mesmo se transviando no mal e na ignorância pode conseguir reeducação, com o compromisso partido de cada um seguindo o exemplo de Jesus Cristo. Vale ressaltar a importância da comunhão com Deus pregada nas Igrejas, Centros Espíritas, Templos Evangélicos, porém é preciso despertar para a espiritualidade que pode estar vazia, fugindo das leis divinas do Criador.
Que o aniversário do “Menino Jesus” não seja apenas um ritual enfatizando uma data, uma vez que o atual sistema de contagem do tempo, é resultante de uma convenção humana e existe imprecisão no dia e no mês em que ocorreu o episódio. O importante é que o dia 25 de dezembro no atual calendário, traduz o início de uma Nova Era na História da Humanidade, abrindo os caminhos para o “amor semente semeada por Jesus Cristo. Que as festas natalinas, não se resumam apenas nos abraços dos familiares e amigos, mas a lembrança de que é o momento de ir ao encontro do “Deus-Menino”, cujo principal sonho seja a vivência pautada no caminho direcionado por Ele. Que todos estejam sobre a égide do “Menino Jesus”.
Professora Maria do Carmo de Santana
Cajazeiras, 23 de Dezembro de 2022
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