Morre Dedé Rolim: o sempre eterno candidato
José Braga Rolim nasceu no Sítio Pé Branco, no dia 24 de dezembro de 1933, no antigo Distrito Canto do Feijão, município de São João do Rio do Peixe, que foi emancipado no dia 12 de dezembro de 1961, passando a denominar-se de Santa Helena, tendo sido autor do Projeto de Lei o deputado estadual Acácio Braga Rolim, irmão de Dedé Rolim.
Dedé Rolim, como é conhecido, é filho de Luiz Cartaxo Rolim e Francisca Braga Rolim, ambos remanescentes das famílias que fundaram a cidade de Cajazeiras.
Dedé Rolim é funcionário público federal aposentado, tendo trabalhado no Rio de Janeiro, Fortaleza e em Cajazeiras no Campus da UFCG, onde se aposentou.
A exemplo dos seus antepassados, a política partidária foi uma das grandes paixões de Dedé.
Começou a sua vida pública sendo candidato a prefeito do município de Santa Helena, em 1976, pelo MDB2 – Movimento Democrático Brasileiro e não teve sequer um companheiro de chapa como candidato a vice, já que a legislação eleitoral na época assim o permitia e dentre os quatro candidatos obteve 269 votos, ficando em 3º lugar. Neste ano residia e trabalhava no Rio de Janeiro.
Em 1978, já residindo em Fortaleza, decidiu se candidatar a deputado estadual, tendo como base eleitoral os municípios de Santa Helena, Triunfo e São João do Rio do Peixe, pelo MDB, obtendo apenas 451 votos, sendo esta eleição a que tirou o maior número de votos nos seus 30 anos de militância política.
Em 1982, já residindo entre Santa Helena e Cajazeiras, se candidatou a vereador, pelo PDS e obteve 73 votos, ficando em 15º lugar entre os 23 candidatos a vereador para a Câmara Municipal de Santa Helena. Esta era a terceira derrota de Dedé Rolim e a primeira como vereador.
Em 1988, se candidata novamente a vereador no município de Santa Helena, pelo PFL – Partido da Frente Liberal, ficando em 23º lugar dentre os 28 candidatos e obteve 56 votos.
Desanimado com os seus conterrâneos de Santa Helena, transfere o seu domicílio eleitoral para o município de Cajazeiras, se filia ao PMDB, tenta ser candidato a vereador, mas não consegue uma vaga, ficando totalmente decepcionado com os que faziam o diretório do PMDB cajazeirense, partido que havia sido fundado pelo seu irmão ex-deputado estadual Acácio Braga Rolim. Dedé Rolim, inclusive contabiliza esta derrota no seu currículo eleitoral.
Em 1992, retorna o seu domicílio eleitoral para o município de Santa Helena e se candidata novamente a vereador, ficando na 23ª posição dentre os 25 candidatos, tirando apenas 30 votos, desta vez pelo PFL.
Em 2000, volta ao cenário político de sua terra e se candidata de novo a vereador, desta vez pelo PPB e teve apenas sete votos, dentre os 29 candidatos, ficou em 27º lugar.
Em 2004, sai do PPB e se filia ao PMDB e se candidata a vereador, obtendo 9 votos, fica em 23º lugar dentre os 26 candidatos.
Nas suas pregações políticas em cima dos palanques tinha como propostas de trabalho: construir um prédio para a Câmara Municipal de Santa Helena, que na época funcionava num prédio alugado, o que considerava uma vergonha, melhorar as estradas da zona rural, a educação, a saúde e a agricultura no seu município.
Creditava estas sete derrotas porque nunca comprou um voto e sempre continuou insistindo e explicava: “tenho a vocação para servir ao povo”. Ser o “rei das derrotas”, para Dedé não era um demérito, porque considerava ser importante participar do processo político do seu município como cidadão e homem público. Sempre afirmava: “Não me considero um político derrotado e vou continuar candidato, até que um dia a vitória seja alcançada”, afirmava Dedé Rolim.
Nestes últimos anos Dedé, já com problemas de saúde, aquietou-se em Cajazeiras e passou a viver somente para a família e para os amigos.
Dedé Rolim, que completou 86 anos em dezembro de 2018, voltará a ser político nas alamedas da saudade e já deve está fazendo articulações políticas com seu irmão Acácio para saber por qual partido deverá concorrer a uma das vagas no coro dos anjos celestiais.
Faleceu no último dia 30 de dezembro e foi sepultado no dia 31, no Cemitério Coração de Maria, no histórico túmulo que pertence a família, onde se encontram os restos mortais dos construtores/fundadores de Cajazeiras.
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