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José Antonio

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Maria Teresa: uma saudade, uma lágrima

18/04/2019 às 11h29

Coluna de José Antônio

Em menos de um ano perdi dois queridos cunhados: em junho de 2018, Joafran Fernandes, numa noite de São João, sob as luzes das fogueiras, que iluminaram o seu caminho para a eternidade, nos despedíamos dele, era o 4º mais jovem entre oito irmãos. Até hoje choramos e lamentamos a sua precoce partida e as saudades continuam em nossos corações.

Ainda sofrido com a páscoa de Joafran, neste último dia 11 de abril, encantou-se outra irmã de minha esposa Antonieta: Maria Teresa, após 17 dias num leito de uma UTI, na cidade do Recife, era a terceira mais jovem. É comum os filhos sepultarem os pais, mas o que vimos foram os pais: Chico Emídio, com 90 anos de idade e Teresinha, com 87, vivenciarem estes dolorosos momentos.
Ao longo dos seus 64 anos, Maria Teresa, teve uma trajetória de vida com muita luta, determinação, coragem e garra: abandonou no terceiro ano o Curso de Odontologia, em Recife, para se casar depois de ser “roubada” pelo namorado, médico Gentil Oliveira, da casa de seus pais, em Alexandria e levada para a cidade de Catolé do Rocha, aonde residiam seus primos e conterrâneos Eudes e Eliete, de quem ao longo da vida se tornaram grandes e fraternos amigos. Moça “roubada”, moça casada. E o enlace foi realizado no dia 10 de janeiro de 1976.

Deste casamento nasceram três filhos: Gentil Júnior, hoje médico, com residência em Mastologia e Obstreticia e trabalha em Recife e João Pessoa; Leonardo, Juiz de Direito em Campina Grande, casado com a Juíza Renata Paiva e Teresa Raquel, também formada em Direito e trabalha no Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte, casada com o médico André Luiz. Leonardo e Gentil foram alunos, em Cajazeiras, da escola da professora Carmelita Gonçalves.

Ainda jovem perdeu o marido, no fatídico dia 27 de maio de 1989, depois de 13 anos de feliz união, e era Nele que ela depositava todas as suas esperanças na construção de um futuro cheio de glórias e vitórias para os seus filhos. Poderia ter se casado novamente, mas a prioridade era a educação de seus três jovens filhos, a partir de então se tornara pai e mãe. Não esmoreceu e não se quedou diante dos obstáculos, que não foram poucos, mas a cada diploma conquistado, a cada concurso vencido, louvava e agradecia a Deus.

Depois de se dedicar de corpo e alma aos filhos, passou então a ter outra missão na vida: o seu coração e o seu amor se voltavam duplamente para os novos encantos de sua vida, motivos de sua felicidade e orgulho de ser avó de quatro encantadores netos: Izabela, Leonardo e Luíza (filhos de Leonardo e Renata) e Francisco (filho de Teresa Raquel e André). Nos encontros e reencontros cobria-os de beijos e mimos e víamos seus olhos brilharem de felicidade. “Eis aqui os frutos de minha geração”

Não economizava palavras quando era para agradecer e exaltar aquilo que gostava e admirava, mas também nunca foi de ficar calada e muito menos levava “desaforo para casa” quando era desafiada e contestada: sinceridade era uma das suas qualidades e defendia até às últimas consequências o seu ponto de vista sobre qualquer assunto, até mesmo os que envolviam a família.
A Fé foi sempre a sua companheira inseparável. A Oração era o cotidiano de sua vida. Alimentava-se de fé e oração. E foi com a fé e oração e a veneração a Nossa Senhora da Conceição, que conseguiu vencer um câncer há três anos. E este fato a levou a dar testemunhos, em várias igrejas e em grupos de orações, que tinham sido a fé e oração que a tinham curado.

Adorava viajar e me dizia que a que mais lhe fez feliz foi a de uma peregrinação pela Terra Santa e já se preparava para mais uma delas, que seria neste dia nove de abril, sempre acompanhada de suas irmãs Marli, Cimar e Meire Helba, conhecidas como as “irmãs Cajazeiras”, mas, quando estava assistindo missa no Santuário de Nossa Senhora do Perpetuo Socorro, teve um “trombo pulmonar” e foi hospitalizada e depois de dezessete dias veio a falecer, em Recife, fato que deixou todos muito surpresos e chocados.

Era muito admirada pelo refinado gosto em tudo que fazia e dava um imenso valor pelo que era bom, belo e bonito. Era a elegância em pessoa, diziam as “irmãs Cajazeiras”. Nunca mediu esforços para realizar o que queria: sonhava e realizava. Era uma incrível conselheira. Solidária nas alegrias, amiga nas horas das dores e do sofrimento. Fidelíssima aos companheiros e correligionários dos tempos das campanhas de seu inesquecível Gentil, duas vezes candidato a prefeito de Alexandria.

São tantas as boas lembranças, mas as que ficarão eternamente gravadas em nossos corações: sua vontade imensa de viver e sua gostosa gargalhada, que irradiava alegria e prazer.
Suas irmãs: Antonieta, Cimar, Marly, Meirinha e Tanta; seu irmão Evilásio; seus filhos Gentil, Léo e Teca; seus cunhados: Zéantonio, Idon e Ivan; seu genro André, sua nora Renata e seus sobrinhos são eternamente gratos por você nos fazer sonhar, crescer, rir, acreditar, querer mudar, ir em frente e principalmente pela alegria de sua presença em nossas vidas.


Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Sistema Diário de Comunicação.

José Antonio

José Antonio

Professor Universitário, Diretor Presidente do Sistema Alto Piranhas de Comunicação e Presidente da Associação Comercial de Cajazeiras.

Contato: [email protected]

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