Judas traiu com um beijo e Brutus com uma punhalada
Quem se aventurasse a escrever um livro sobre a História Política de Cajazeiras abordando apenas o ângulo das traições que envolveram e envolvem o dia a dia da política partidária, não teria dificuldades em encontrar abundantes fontes. Ao longo dos últimos quarenta anos tem um vasto material produzido pelas principais lideranças, que nestas décadas, poucas mudanças foram efetivadas ou quase nada de novo surgiu no cenário político da cidade, em relação a renovações de agentes políticos.
E a nossa história está recheada de traições, que é considerada a mais cruel perfídia humana. Vale ressaltar que política e traição andam de braços dados e são tantas as que acontecem neste cenário, que trair deixou de ser vergonhoso. Trai-se igual a Judas: com um beijo ou como Brutus, com uma punhalada.
Diz um velho amigo meu, observador atento dos fatos políticos de nossa Cajazeiras, que se você quer saber até que grau de fidelidade e confiança um homem pode ter lhe dê o poder. Esta é a mais pura verdade, cristalina, vigorosa. Os homens mudam da água para o vinho quando ascendem ao poder e chegam a ficar irreconhecíveis.
José Pires Braga, conhecido entre nós como Pibral, foi o mais fiel servidor público da prefeitura de Cajazeiras e que conhecia mais do que todos dos bastidores e das entranhas do poder em nosso município e costumava dizer uma frase que ficou muito conhecida, com relação ao trato dos políticos com o povo: “prometem como sem falta e faltam como sem dúvida e na hora agá, vem a perfídia”.
O jogo político quando envolve falta de caráter, negociatas e interesses inconfessáveis é uma seara bem adubada para a traição. Quem confia na palavra de um político? Quem acredita em suas promessas? Quem acredita em acordos para serem cumpridos “nas próximas eleições”? Qual foi dos nossos políticos que não traiu e foi traído?
Mas precisamos ressaltar que no meio deste turbilhão de traições, em Cajazeiras, aconteceram fatos, na composição de um grupo, baseados em princípios éticos e com defesa de ideais, de postulados partindo dos princípios de lealdade e fidelidade, que não chegou a acontecer traições mais importantes e que pudesse comprometer o projeto do grupo de chegar ao poder. Foi a exceção.
Estamos às vésperas de um novo ano eleitoral e já podemos abrir nosso caderno para começar a anotar, com base na eleição passada, quantas e quais promessas de apoios serão cumpridas. Neste mundo de falsidades da política o caminhar é sempre numa trilha de profunda escuridão. Entre os candidatos quem vai trair e quem vai ser traído? E o eleitor? Este sim deixa de ser traído para se tornar um grande e vitorioso vingador.
Mas outro fato tem me chamado a atenção, face ao que se veiculou nas redes sociais, nos últimos dias, sobre a vida particular do prefeito José Aldemir. É extremamente preocupante o nível que a campanha tenha tomado isto sequer sem ela ter sido iniciada. Cajazeiras, uma cidade de tantas tradições, não pode se quedar diante de baixarias, possíveis somente na mais ralé, sombria, escura, odiosa, odienta e escabrosa mente de determinadas pessoas.
Ninguém tem o direito de “vomitar” o seu ódio político partidário tentando macular pessoas, indivíduos e agentes políticos, com o intuito de destruir os seus desafetos na sombra do anonimato. A cidade cresce quando nela se exerce uma democracia plena, no debate das ideias, no fervor das palavras, mas, jamais denegrindo e maculando pessoas e famílias.
Na vida política administrativa de Cajazeiras, ao longo de mais de 150 anos de História, com raras exceções, quem não cometeu nenhum deslize, que atire a primeira pedra, mas nem por isto, devemos usar destas armas sebosas para denegrir e o mais grave, quando se procede desta maneira vil, destrói-se, na maioria das vezes, com a família, com o lar.
Os filhos desta bela cidade precisam se reencontrar com outra linguagem para fazer sua pujança e grandeza.
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