Escassez de água e descaso

A crise hídrica que afeta quase todo o país, no momento, e, notadamente, a nossa região, continua pautando os meios de comunicação e trazendo à tona uma série de fatos que chamam a atenção de todos. No início desta semana, por exemplo, o nosso companheiro de imprensa e historiador, Chagas Amaro, fez uma revelação preocupante: a poluição do rio Piranhas, cujas águas são lançadas no reservatório que abastece Cajazeiras.

Em visita que fez ao local, acompanhado de amigos, ele disse que constatou o alto grau de poluição do rio, o que representa um sério problema de saúde pública. Aliás, esse problema já foi denunciado há muito tempo, é do conhecimento das autoridades, mas nada tem sido feito, no sentido de garantir o curso normal das águas de boa qualidade para o açude engenheiro Avidos, em Boqueirão de Piranhas.

Na verdade, essa constatação só confirma aquilo que a população já vem lamentando há algum tempo: a ausência de ações eficazes de cuidado, manutenção e preservação dos nossos mananciais. Além da falta de água até para o consumo humano, temos que conviver com essa dura realidade de desprezo.

O momento de baixo nível dos reservatórios, como é caso de Engenheiro Avidos, poderia ser aproveitado para a limpeza dos rios e outros serviços e obras fundamentais ao aproveitamento das águas dos futuros períodos chuvosos. E isso também nos faz lembrar a promessa de que havia uma verba federal já assegurada para recuperação de todo o açude, visando garantir o acúmulo de água em sua capacidade máxima. Afinal, a barragem vai receber as águas do São Francisco, possivelmente, até o final de 2016. Mas, até agora, nada foi feito.

A realidade é essa: Engenheiro Avidos está praticamente seco. Cajazeiras à beira de um colapso no seu abastecimento. Se não chover o suficiente para a recarga do açude, a população vai sofrer muito com a falta da água em suas torneiras. E se houver recarga, muita sujeira vai continuar desaguando no reservatório. Até quando? Fica a pergunta.

Desperdício
O poeta Constantino Cartaxo voltou a alertar a Cagepa sobre um vazamento em frente à sua residência, mais precisamente no canal do sangradouro do Açude Grande de Cajazeiras. Ele constatou, ontem, que a água limpa proveniente da rede de distribuição continua escorrendo dia e noite. E o pior, segundo ele, é que esse vazamento vem de muitos anos. 

Resgate
O Tênis Clube realiza seu 6º Baile da Saudade, neste sábado (07), resgatando uma tradição dos antigos bailes carnavalescos, ao som de muito frevo. Inegavelmente, o evento se constitui numa ótima opção, principalmente para o público saudosista de Cajazeiras, que costumava frequentar as promoções carnavalescas do nosso histórico Tênis Clube, nas décadas de 70 e 80.

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José Anchieta

Redator do Jornal Gazeta do Alto Piranhas, Radialista, Professor formado em Letras pela UFPB.

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