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Adjamilton Pereira

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É Carnaval

10/03/2011 às 09h36

É Carnaval. Confetes, serpentinas, fantasias povoam o imaginário na construção de uma festa que se faz popular em suas múltiplas manifestações. Mas o Carnaval não é apenas fantasia, é vida real que se manifesta nos milhões de foliões que se espremem atrás dos trios elétricos, das orquestras de frevo, dos maracatus, das escolas de samba, dos blocos e bumbas meu boi.

São sonhos que se planejam na expectativa de viver uma festa onde os limites se expandem nas fronteiras do impensável. As interdições, proibições e tabus são reduzidos ao espaço do tudo permitido em nome da alegria. E o bom senso, em muitos momentos, se traduz em caretice. Nada pode entravar ou prejudicar a expansão dos sentimentos, a euforia da alegria. Alegria que, em muitos momentos, é estimulada por ingredientes nada recomendáveis e que são letais a saúde física e mental. Uma combinação que mistura álcool, drogas, sexo. Tudo vivenciado e experimentado em demasia e irresponsavelmente como se estivéssemos vivendo o derradeiro dos dias e o mundo com seus minutos contados.

Mas o carnaval também é fonte de renda e meio de vida para muitos que, em barracas, traillers e outros meios, sobrevivem da alegria e a brincadeira de muitos. Sobrevivência também para os milhares de catadores de latinhas de cerveja e refrigerante que, com seus sacos nas mãos se espremem entre foliões e transformam o país num dos recordistas em reciclagem desses objetos. Sobreviver na e da alegria de muitos é também espaço para músicos, seguranças e tantos profissionais que se envolvem na promoção, organização, realização da festa popular. E entre sambas, maracatus, frevos todos se organizam e organizam suas vidas nos limites de quatro dias de folia.

Mas o carnaval também é recolhimento. Milhares de pessoas preferem fugir da folia e se recolher em retiros religiosos, se isolar em sítios e fazendas, viajar para lugares tranqüilos em busca de sossego, longe dos sons ensurdecedores dos trios, batucadas, decibéis. A festa, para esses foliões às avessas, pode ser um momento de introspecção, de procura pelo seu íntimo, de busca de energias e motivações interiores para abastecer as baterias do cotidiano estressante do ano inteiro. Nas motivações religiosas, para os crentes, os retiros são formas divertidas de brincar o carnaval. Movidos por orações, cânticos e louvores os foliões dos carnavais cristãos brincam num outra dimensão. A alegria é a perspectiva da aproximação com o Deus que cada um, individualmente ou de forma coletiva, cultiva em seu íntimo.

Mas é Carnaval. E para todos os foliões, de todas as manifestações e em todas as oportunidades, apenas o desejo de que a brincadeira seja saudável e que todos, estando onde estiverem, jamais percam a perspectiva de que o folião ao seu lado é um ser humano, carente de respeito e carinho.
 


Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Sistema Diário de Comunicação.

Adjamilton Pereira

Adjamilton Pereira

Adjamilton Pereira é Jornalista e Advogado, natural de Cajazeiras, com passagens pelos Jornais O Norte e Correio da Paraíba, também com atuação marcante no rádio, onde por mais de cinco anos, apresentou o Programa Boca Quente, da Difusora Rádio Cajazeiras, além de ter exercido a função de Secretário de Comunicação da Prefeitura de Cajazeiras.

Contato: [email protected]

Adjamilton Pereira

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Adjamilton Pereira é Jornalista e Advogado, natural de Cajazeiras, com passagens pelos Jornais O Norte e Correio da Paraíba, também com atuação marcante no rádio, onde por mais de cinco anos, apresentou o Programa Boca Quente, da Difusora Rádio Cajazeiras, além de ter exercido a função de Secretário de Comunicação da Prefeitura de Cajazeiras.

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