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Lidiane Abreu

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Dicas de pré-campanha

17/09/2009 às 06h56

Por Alan Kardec

A principal característica da campanha moderna é o planejamento estratégico. Iniciá-la com a fase “pré-campanha” não é mais um luxo, e sim uma questão de sobrevivência para quem pretende permanecer na política. É preciso entender que o nível de consciência da sociedade e sua participação na vida política estão aumentando a cada eleição. Ou seja, se você pretende conquistar corações e mentes, não tente fazer isso durante apenas os três meses da campanha propriamente dita. É primordial começar a pré-campanha um ano antes do pleito.

Numa eleição pode-se comprar tudo, menos o tempo. Cada hora, dia, semana e mês que se passam, não voltam mais. E se a campanha propriamente dita não tiver seu alicerce numa pré-campanha, esse desperdício de tempo será ainda maior. Entrar numa campanha sem um levantamento de dados e informações prévias é um risco que leva à derrota.

MAS O QUE FAZER NA PRÉ-CAMPANHA?
É o momento de se trabalhar nos bastidores, pois há um ano da eleição a mídia não está interessada na disputa. A vantagem é a sobra de tempo e o clima desprovido de tensão e urgências que marcam uma eleição. Muitos problemas inerentes a uma eleição podem e devem ser resolvidos nesta fase. Caso contrário, prejudicariam o andamento normal da campanha e tomariam o precioso tempo que o candidato tem para o corpo-a-corpo com o eleitor.

As seguintes áreas deverão ser consideradas na pré-campanha:
• Planejamento da captação de recursos
• Coleta e estudo das estatísticas eleitorais
• Coleta de subsídios para a elaboração do programa de governo e projetos legislativos
• Formação da equipe de coordenação da campanha
• Planejamento e elaboração da logística dos roteiros
• Discussão da estratégia básica da campanha
• Realização de contatos políticos preliminares
• Realização de levantamentos de problemas e necessidades
• Planejamento do trabalho dos voluntários

Todas essas atividades devem ser realizadas nesta fase, pois podem paralisar uma campanha. Entrar numa campanha tendo que buscar recursos, formar equipe, definir estratégia é um risco sem precedentes.

Plano de governo
Este é o momento de reunir pessoas em torno de um projeto a ser criado. Pessoas experientes, criativas, qualificadas e conhecedoras dos problemas da região devem ser convidadas para reuniões e debates. No entanto, o projeto não deve ser definido com muita antecedência, pois as reais necessidades do eleitor podem mudar até o início da campanha.

Preparas listas
Muitas listas devem ser preparadas neste período. Elas ajudam a organizar diversos setores da campanha. As principais listas são: contribuintes potenciais, apoiadores, potenciais eleitores, associações e entidades e formadores de opinião
Começar a organização da equipe de campanha
Muitas pessoas podem ajudar na organização da campanha, entre elas os amigos e conhecidos. O candidato pode contar com eles na formação da equipe jurídica, na equipe de comunicação e no levantamento de recursos. O principal é que tudo isso pode ser feito a custo zero. Mas é recomendável saber selecionar as pessoas que vão participar da equipe da campanha. Devem ter capacidade de organização e trabalho em equipe. Caso contrário, intrigas e conflitos (comum em eleições) vão se fazer presente na fase pré-campanha.

Pesquisas
Uma pesquisa quantitativa será necessária nesta fase. Como o eleitorado ainda não estará com sua atenções voltadas para o pleito, o questionário da pesquisa deve ter o objetivo de identificar os principais valores do eleitores, seus sentimentos e atitudes.

Levantamentos
Levantamentos de problemas e prioridades nos bairros e cidades devem ser feitos em conjuntos com os moradores. É uma forma de buscar conhecer as principais dificuldades das pessoas que o candidato pretende representar, seja no parlamento ou no executivo. Também é um oportuno momento para ampliar contatos com líderes de bairros e pessoas simples, que podem contribuir bastante numa eleição. Esse levantamento poderá ser realizado pelo próprio grupo apoiador do candidato, jovens, estudantes e familiares.

Durante a eleição, o conhecimento desses problemas por parte do candidato vai poder diferenciá-lo dos demais concorrentes. Pois o eleitor se identifica com os candidatos que realmente conhecem os problemas vivenciados pela comunidades.
Mas é preciso tomar cuidado com a legislação eleitoral. Nada de fazer propaganda neste período. O trabalho deve ser realizado nos bastidores e nos limites da lei eleitoral.

A conclusão que temos com todas essas dicas é que é inadmissível pensar uma campanha eleitoral apenas nos três meses tradicionais definidos pela legislação. A campanha moderna tem como seu ponto forte o planejamento estratégico, que deve ser elaborado com em média um ano de antecedência.

Num momento em que a opinião pública começa a ficar mais vigilante com os nossos políticos, a construção da imagem pública passa a ter mais importância no jogo eleitoral. Candidatos anônimos, que aparecem apenas em períodos eleitorais e não conhecem a realidade dos bairros e cidades onde andam, acabam tendo surpresas indigestas com a abertura das urnas.


Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Sistema Diário de Comunicação.

Lidiane Abreu

Lidiane Abreu

Estudante do curso de Licenciatura em História (UFCG) e redatora do portal Diário do Sertão.

Contato: [email protected]

Lidiane Abreu

Lidiane Abreu

Estudante do curso de Licenciatura em História (UFCG) e redatora do portal Diário do Sertão.

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