Desconstrução das desigualdades
O prefeito de Cajazeiras, médico Léo Abreu, ao criar a Secretaria de Políticas Públicas para a Mulher, em 2010, quando se comemorava o Centenário do Dia Internacional da Mulher, contribuiu de forma inequívoca para promover e dar os primeiros passos, efetivamente, no nosso município, na histórica busca da igualdade entre homens e mulheres.
Esta luta é um processo em permanente construção e a mulher vem ao longo do tempo participando de espaços de poder e decisão e de ser dona do seu próprio corpo e de sua caminhada.
Foi um passo importante para implementar e agregar novas fronteiras em defesa da mulher. Muitas são as frentes de luta que se podem promover para dar segurança e vida melhor às mulheres de nosso município: a exemplo da associação ao Pacto Nacional pelo Enfrentamento à Violência contra a Mulher, à situação carcerária (como vivem as mulheres na nossa Cadeia Pública?), como estão os programas de Saúde da Mulher? Como se encontra o processo de diminuição do hiato salarial existente entre os trabalhadores e trabalhadoras em nosso município?
Que qualidade de vida têm as mulheres dos vários prostíbulos da cidade e como andam as suas carteiras de saúde? Que preocupações nós temos com a mulher da zona rural. Será que esta não seria a hora de nos voltarmos para uma luta de a mulher trabalhadora do campo ter direito também a creches para abrigar os filhos durante o dia para que possam mais ainda ajudar na lide do campo?
Vejo com muita tristeza a quantidade de mulheres envolvidas com drogas em nosso município, não somente como usuárias, mas e principalmente, com o tráfico e mais lamentável ainda é a quantidade de processos que existem contra mulheres traficantes em nossa comarca, quem sabe não se pode abrir uma ampla oportunidade de nos associarmos ao movimento nacional em defesa da mulher viciada em droga?
Uma pergunta importante se faz necessário: que orçamento tem a Secretaria da Mulher? É preciso criar uma sistemática de eterna vigilância da sociedade para o planejamento e a execução orçamentária em todas as instâncias do governo municipal. Para as mulheres é necessário aumentar o percentual de Recursos Orçamentários destinado às políticas públicas aos direitos femininos para que possa, de verdade, se construir a igualdade.
Ainda continua como desafio para esta secretaria, passados 10 anos, a mobilização para outras formas de organização, como eventos, encontros, seminários, fóruns, núcleos e redes para envolverem cada vez mais feministas.
No futuro se poderia até pensar na criação de um Fundo de Inclusão Social para que esta secretaria possa andar com as próprias pernas.
Como se vê não é uma tarefa fácil para a titular desta secretaria e muitos são os desafios, os problemas, as frentes de serviços e maiores ainda são os obstáculos a serem transpostos.
A sociedade e principalmente as mulheres esperam e têm certeza que este gesto do prefeito Léo Abreu, lá em 2010, em criar tão importante órgão do primeiro escalão do governo, possa continuar a dar respostas positivas e alentadoras para a comunidade cajazeirense, órfã de ação, neste setor de políticas públicas e que venham os benefícios.
Vale ressaltar que historicamente a cidade de Cajazeiras teve e ainda tem valorosas mulheres que contribuíram e contribuem para o seu desenvolvimento político, econômico, educacional, cultural e religioso e já foi motivo e inspiração para a escritora Rosilda Cartaxo escrever um dos seus melhores livros: “Mulheres do Oeste”, onde narra o heroísmo, o lirismo, a beleza, a bravura, o encantamento e o quanto são aguerridas e lutadoras as nossas bravas mulheres.
Há quem defenda que nós sempre fomos mandados, nos bastidores, pelas mulheres fortes, esposas dos grandes coronéis da cidade e daí afirma-se que Cajazeiras é eminentemente matriarcal, até porque esta cidade teve também uma mulher como fundadora: Ana de Albuquerque a maior incentivadora de nosso progresso e de nossas conquistas no passado e nossa Padroeira é também uma mulher: Nossa Senhora da Piedade.
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