De olho em 2016
No Brasil, há uma tradição de se terminar uma eleição e já se começar a pensar no embate seguinte. É com essa realidade muito presente, principalmente nos municípios interioranos, que os atuais gestores iniciam 2015 já com o foco direcionado para o próximo ano, quando terão que passar mais uma vez pelo crivo do eleitorado.
Em meio a um ano de muito aperto na economia, com reflexos em praticamente todos os setores, os prefeitos terão que se adequar a esse cenário de dificuldades, promovendo cortes de despesas para tentar viabilizar os investimentos cobrados pela população, a exemplo do que já acontece com governadores de alguns estados.
Os gestores municipais sabem muito bem que precisam dar respostas concretas à população, pois o tempo das desculpas já passou. Até se admite o discurso de dificuldades no primeiro ano, sob a alegação de que é preciso um tempo para se colocar as coisas em ordem. Mas, a partir do segundo e, principalmente, do terceiro ano de mandato, não é possível mais aceitar essa conversa.
Analistas políticos acreditam em um ano difícil para os atuais chefes de executivo, notadamente para os que deverão disputar a reeleição, porque em muitos casos terão que tomar decisões, contrariando interesses para reduzir gastos com pessoal e ainda atender à legislação vigente, sob pena de enfrentar problemas com a Justiça. E os exemplos estão aí de muita gente inelegível, exatamente, porque feriu as normas vigentes no exercício da função pública.
Com essa e outras preocupações à vista, eles são cobrados a cumprir promessas de campanha. Muitos ainda não conseguiram, sequer, atualizar as folhas de pagamento de pessoal, incharam a máquina e perderam o controle das finanças. Isso tem gerado uma situação, verdadeiramente, complicada para quem começa um ano véspera de eleição, ou seja, véspera de sua própria sucessão.
O povo precisa ficar vigilante para exigir seus direitos, pois é no município, que o cidadão paga impostos, cumpre suas obrigações e, naturalmente, busca satisfazer suas necessidades básicas de habitação, saúde, educação, segurança, trabalho e lazer. E não é outro o papel preponderante do município se não o de garantir o exercício cidadão dos seus moradores, assegurando-lhes todos os direitos constitucionais.
Mas, a verdade é que a grande maioria dos atuais gestores municipais está de olho nas próximas eleições. Para eles, 2016 já começou e, portanto, terão um duplo desafio pela frente: conduzir bem o restante do mandato e administrar com habilidade o processo sucessório, superando, assim, todas as crises de ordem política e administrativa. Quem assim proceder, certamente, se credencia diante da população. Do contrário, chega à reta decisiva com profundo desgaste, com repercussões nas eleições.
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